Zimbabwe propõe uso de moeda chinesa como divisa de reserva na África

Dólar zimbabwano foi atingido por uma hiperinflação que alcançou seu ponto máximo em 2009

30/05/2018 16:13 Atualizado: 30/05/2018 16:13

Por Agência EFE

O Banco Central do Zimbabwe recomendou que países do sul e do leste da África adotem o yuan como divisa de reserva devido à crescente influência econômica da China no continente, informou nesta quarta-feira (30) o jornal estatal “The Herald”.

O governador da entidade, John Mangudya, fez essa recomendação em reunião de chefes de bancos centrais do sul e do leste da África realizada nesta terça-feira em Harare.

“A maior parte dos países representados aqui têm empréstimos ou ajudas da China e faria sentido devolver o dinheiro em renmimbi (como também é chamada a moeda chinesa)”, afirmou Mangudya.

Segundo sua opinião, é “fundamental que os que elaboram as políticas levem em conta o avanço do continente para abraçar o renmimbi chinês, que, como todos sabemos, se transformou no que se pode chamar de ‘divisa comum’ no comércio com a África”.

O Zimbabwe, cuja moeda, o dólar zimbabwano, foi atingido por uma hiperinflação que alcançou seu ponto máximo em 2009, aprovou em 2015 a adoção do yuan como divisa de uso local.

No entanto, o dólar foi a moeda estrangeira que acabou se impondo no país africano, embora atualmente o fornecimento desta divisa tenha se reduzido, o que criou problemas para empresas no varejo e fábricas locais que o necessitam para importar mercadorias.

A China é um dos principais parceiros comerciais do Zimbabwe e a sua maior fonte de investimento desde 2000, quando os países ocidentais romperam laços com o Governo zimbabwano pelos abusos de direitos humanos atribuídos ao então presidente, Robert Mugabe, que deixou o governo em novembro por um golpe militar.

O sucessor de Mugabe, Emmerson Mnangagwa, propôs retomar as relações com o Ocidente, porém seu Executivo mantém uma estreita cooperação com a China.