Zelensky pede que ONU garanta desmilitarização de usina nuclear e Rússia rechaça proposta

18/08/2022 16:37 Atualizado: 18/08/2022 16:37

Por EFE

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quinta-feira ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que a organização garanta a desmilitarização da usina nuclear de Zaporizhzhya, sob o controle de tropas russas, a fim de evitar que uma catástrofe aconteça no local.

Zelensky afirmou que o “terror deliberado” das tropas russas nas instalações “pode ​​ter consequências globais catastróficas para todo o mundo”, comunicou o gabinete do presidente ucraniano após a reunião realizada em Lviv, no oeste da Ucrânia.

Além disso, Zelensky disse que a ONU “deve garantir a segurança daquele local estratégico, sua desmilitarização e a completa libertação das tropas russas”.

O presidente ucraniano realizou uma reunião em Lviv com Guterres e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, com quem discutiu, entre outros assuntos, a situação do transporte de grãos da Ucrânia, desbloqueado após um acordo recentemente alcançado em Istambul.

“Concordamos em continuar a coordenação na implementação da iniciativa de grãos”, disse Zelensky a esse respeito.

“Também discutimos as possíveis direções de seu desenvolvimento, a questão da deportação forçada e ilegal de ucranianos e a libertação de nossos militares e médicos”, acrescentou o presidente ucraniano.

O encontro entre Zelensky, Guterres e Erdogan foi realizado no Palácio Potocki, em Lviv, onde o presidente turco chegou em um voo de Ancara com escala na cidade polonesa de Rzeszow, a cerca de 80 quilômetros da fronteira ucraniana.

Guterres chegou à Ucrânia ontem e amanhã planeja visitar Odessa e seu porto, que está sendo usado para a exportação de grãos ucranianos como parte do acordo promovido pela ONU e a Turquia.

Rússia rechaça desmilitarização

A Rússia classificou como “inaceitáveis” as propostas – como a feita pelo secretário-geral da ONU, António Guterres – de desmilitarizar a área ao redor da usina nuclear de Zaporizhzhia, que está controlada pelo Exército do país desde quase o início da guerra na Ucrânia.

Ivan Nechaev, chefe adjunto do departamento de imprensa e informação do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, afirmou em entrevista coletiva que a implementação dessas propostas “tornará a usina muito mais vulnerável”

“As propostas para desmilitarizar uma área em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia são inaceitáveis”, enfatizou.

Ele acrescentou que Moscou espera que a usina “muito em breve” seja visitada por especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).

Na semana passada, Guterres convidou todos os envolvidos no conflito na Ucrânia a “usar o bom senso e a razão, e a não tomar nenhuma ação que pudesse pôr em perigo a integridade física, a segurança ou a proteção da usina nuclear, a maior de seu tipo na Europa”.

A Rússia disse na última sexta-feira que a operação da usina nuclear poderá ser suspensa se os ataques que alega serem realizados por forças ucranianas não pararem.

Igor Kirillov, comandante das tropas de Defesa Nuclear, Biológica e Química da Rússia, alegou que a usina “tem sido sistematicamente atacada pelas Forças Armadas ucranianas desde 18 de julho”.

Ele acrescentou que a Ucrânia e os Estados Unidos estão tentando causar uma avaria na usina para impedir seu funcionamento normal e acusar a Rússia de ser a autora dos ataques.

 

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