O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alertou nesta quarta-feira para o que chamou de “dupla China-Brasil”, que, segundo o governante, tenta promover “algo alternativo a uma paz justa e abrangente” para acabar com a guerra em seu país.
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, Zelensky disse que esses dois países também estão tentando “reunir um coro de vozes, também algumas na Europa e outras na África” para promover esses planos alternativos, mas que só servem “para dar espaço político a (Vladimir) Putin para continuar a guerra”.
“Não se pode forçar seu poder em detrimento da Ucrânia”, frisou Zelensky.
Esperava-se que Zelensky levasse à ONU um novo plano para acabar com a guerra de dois anos, mas nem na véspera, perante o Conselho de Segurança, nem nesta quarta-feira, diante da Assembleia Geral, ele se afastou do roteiro de sua fórmula de paz de dois anos, que agora parece ter estagnado.
O governante lembrou que a Rússia “é um país vinte vezes maior que a Ucrânia e, ainda assim, quer mais terras”, portanto, logicamente, “todos na Europa e na Ásia Central sentem que a guerra também pode atingi-los”.
Grande parte do discurso de Zelensky foi usada para alertar sobre os riscos que a Ucrânia enfrenta no inverno devido aos ataques da Rússia às suas usinas de energia.
“Até hoje, a Rússia destruiu todas as nossas usinas térmicas e grande parte da nossa capacidade hidrelétrica. É assim que Putin está nos preparando para o inverno, na esperança de atormentar milhões de ucranianos, famílias comuns, mulheres, crianças, cidades comuns, vilarejos comuns. Putin quer deixá-los no escuro e no frio neste inverno, forçando assim a Ucrânia a se render”, advertiu, antes de alertar sobre o perigo que as ameaças às usinas nucleares do país representam para o mundo inteiro.
Diante do Conselho de Segurança da ONU, na terça-feira, Zelensky afirmou ter informações precisas de que a Rússia planeja atacar três usinas nucleares ucranianas em breve, mas não especificou quais.