O líder do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, afirmou nesta terça-feira ao presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, que seu país não é um ator na guerra da Ucrânia e que, embora tenha uma boa relação com seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, não deve superestimar sua capacidade de influenciá-lo.
Sánchez e Xi reuniram-se à margem da cúpula do G20, que está acontecendo na ilha indonésia de Bali, em um encontro no qual o chefe do Executivo espanhol pediu ao líder chinês que aproveitasse a proximidade com Putin para tentar pôr fim ao conflito na Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, que esteve presente no encontro, assegurou aos jornalistas que o diálogo transcorreu em tom de cordialidade e franqueza de ambas as partes.
Albares explicou que Sánchez insistiu na possibilidade que Xi tem de moderar a guerra na Ucrânia e contribuir para o retorno da paz o mais rápido possível.
O ministro não especificou a resposta do presidente chinês, mas fontes oficiais espanholas explicaram que Xi reconheceu o bom relacionamento que tem com Putin e o fato de serem países vizinhos, mas ao mesmo tempo salientou que seu papel não pode ser superestimado.
Nesse contexto, Xi quis deixar claro que não é um ator na guerra, que não está ajudando a Rússia com armas e que “não joga combustível” no fogo do conflito, embora considere que as sanções contra a Rússia ou as ameaças de julgamentos internacionais não contribuem para alcançar uma solução.
Por outro lado, ambos concordaram que uma hipotética guerra nuclear está fora de questão, porque não faria sentido, e Sánchez insistiu, segundo as mesmas fontes, que a Rússia está violando os princípios mais fundamentais do direito internacional.
Por fim, o ministro das Relações Exteriores espanhol informou que Xi enviou convites a Sánchez para que tanto ele como o rei e a rainha da Espanha visitassem a China, embora nenhuma data tenha sido marcada já para 2023, por ocasião do 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas.
Aspectos comerciais como o contrato de aeronaves da Airbus com a China, a necessidade de diversificar os investimentos espanhóis no país asiático e outros assuntos bilaterais também estiveram na pauta do encontro.
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