Um ex-embaixador britânico no Uzbequistão, que é próximo do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse ao Daily Mail que a Rússia não divulgou e-mails da campanha de Hillary Clinton e funcionários democratas à organização anti-sigilo.
Craig Murray, que se descreve agora como um funcionário do WikiLeaks, disse ao tablóide que ele voou para Washington, D.C. para receber arquivos de uma fonte, que ele descreveu como um delator do Partido Democrata. Ele disse que não haviam hackers envolvidos, como tem sido alegado pelas fontes da CIA em vários relatórios de novas mídias, bem como em um artigo do Washington Post, que alegou que os hackers apoiados pela Rússia influenciaram a eleição em favor de Donald Trump sobre Hillary Clinton.
“Nenhum dos vazamentos veio dos russos”, disse Murray na terça-feira. “A fonte tinha acesso legal às informações. Os documentos vieram de vazamentos internos, não de hackers. ”
Conforme a publicação do Daily Mail, os links de Murray para Assange e WikiLeaks são bem conhecidos. Anteriormente, ele foi removido de seu cargo como embaixador da Grã-Bretanha por sua suposta má conduta, mas foi posteriormente inocentado de qualquer irregularidade. Ele falava freqüentemente contra a situação dos direitos humanos do Uzbequistão, durante seu mandato.
Na entrevista, ele abordou os vazamentos do DNC (Democratic National Committee) publicados pela WikiLeaks logo antes da Convenção Nacional Democrática em julho, e os e-mails vazados da conta do Gmail do assessor de Clinton, John Podesta, que foram publicados diariamente a partir de outubro. O New York Times informou em 12 de dezembro que Podesta provavelmente foi hackeado devido a um simples ataque de phishing por e-mail, com um assessor culpando-o por um erro de digitação que ele fez.
Ele disse que os e-mails foram dados à organização anti-sigilo via americanos, que tinham acesso à informação através de canais legítimos.
E acrescentou que os leakers (denunciantes) foram pressionados no intuito de liberarem os e-mails de “repugnância pela corrupção da Fundação Clinton e alvejar as jogadas das eleições primárias contra Bernie Sanders”.
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Nos e-mails foi revelado que o DNC tentou pressionar o senador Sanders em favor de Clinton, durante a primária democrata, o que levou à renúncia de seu então presidente, Debbie Wasserman Schultz, bem antes da convenção.
Murray afirmou ter recebido um pacote de uma fonte durante uma entrega clandestina, perto da American University, localizada em uma área arborizada em Washington, D.C. A pessoa que lhe forneceu a informação era um intermediário, não a pessoa que primeiro obteve os e-mails.
Ele se recusou a revelar mais informações sobre as fontes, o que é consistente com o que o WikiLeaks e Assange disseram ao longo dos anos sobre suas fontes.
Após as alegações de que hackers foram apoiados pelo russos, Murray disse que se sentiu compelido a falar.
“Eu não entendo por que a CIA diria que a informação veio dos hackers russos, quando eles devem saber que isso não é verdade”, disse ele.
“Independentemente de os russos terem invadido o DNC, os documentos que o Wikileaks publicou não vieram disso”.