Por Agência EFE
A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, advertiu nesta quarta-feira que a Rússia está usando a energia como “arma” diante de um possível corte parcial ou total do fornecimento de gás a países da União Europeia (UE) e pediu aos membros do bloco que estejam “preparados” para este cenário “provável”.
“A Rússia está nos chantageando, usando a energia como uma arma. Portanto, seja o corte parcial ou total, a Europa deve estar preparada”, disse Von der Leyen em entrevista coletiva, na qual o órgão executivo da UE apresentou sua proposta para que os países do bloco reduzam seu consumo de gás em 15% a partir de 1º de agosto até 1º de abril de 2023.
Von der Leyen reconheceu que esta redução “é pedir muito”, mas insistiu que a lição aprendida pela UE durante a pandemia de covid-19 diante de uma crise que “atingiria cada um dos países membros”, é que o “pior inimigo da UE seria a fragmentação”.
A presidente do órgão executivo da UE explicou que uma redução de 15% no consumo no período proposto é equivalente a 45 quilômetros cúbicos de gás natural, uma quantidade que permitiria ao bloco da UE “atravessar o inverno com segurança” no caso de um corte total no fornecimento de Moscou.
Ainda de acordo com ela, a UE já conseguiu encher seus depósitos conjuntos de gás até 64% da capacidade – o objetivo é tê-los em 80% até novembro – e aumentou o fornecimento de gás não-russo em 35 quilômetros cúbicos desde janeiro, graças a países como Estados Unidos, Noruega e Catar, entre outros.
O equivalente a quatro quilômetros cúbicos de gás natural também foi alcançado através de um aumento adicional de 20 gigawatts de capacidade de energia renovável.
Dada a possibilidade de alguns membros rejeitarem a meta de redução do consumo de gás, Von der Leyen disse que a Comissão Europeia tem as ferramentas para aplicá-la, mas enfatizou a importância de esta opção “ser um último recurso”.
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