O ex-candidato do partido opositor Centrados nas eleições presidenciais de 28 de julho do ano passado na Venezuela, Enrique Márquez, foi preso na terça-feira (07) por agentes de segurança do regime, segundo denunciou a legenda Voluntad Popular (VP).
Na rede social X, a VP descreveu o incidente como um sequestro e culpou o ditador Nicolás Maduro, segundo eles responsável por uma “onda de desaparecimentos de líderes e ativistas de direitos humanos nesta terça-feira”.
“Márquez, como a maioria dos venezuelanos, não endossou a fraude de Maduro em 28 de julho. Ele não cometeu nenhum crime. Exigimos que apareça agora e seja liberado imediatamente”, acrescentou o VP.
Até o momento, o partido de Márquez não fez nenhuma declaração pública sobre o incidente, que ocorre após a prisão na mesma terça-feira de seis políticos da oposição, além do denunciado desaparecimento do ativista Carlos Correa e do sequestro do genro do líder opositor Edmundo González Urrutia, Rafael Tudares, em Caracas.
Márquez, também ex-vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e ex-deputado, exigiu reiteradamente a publicação das atas da votação de julho e rechaçou a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que validou a polêmica reeleição de Maduro, proclamada pelo órgão eleitoral.
Em 31 de dezembro, Márquez disse que a “vontade de mudança política” dos venezuelanos está “intacta”, apesar de tanto o CNE quanto o TSJ – segundo disse – “se colocarem à margem” da Constituição.
Nesse sentido, declarou que a busca por mudanças deve continuar para evitar que a Carta Magna “se torne letra morta”.
A oposição majoritária, agrupada na Plataforma Unitária Democrática (PUD), denuncia a fraude eleitoral e reivindica a vitória do seu candidato, Edmundo González Urrutia, o que pretende provar com 85,18% das atas que alega ter coletado no dia das eleições, graças a testemunhas e mesários destacados nas assembleias de votação.