A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton chegou à República Popular da China na terça-feira como parte de uma turnê regional num movimento para dissolver as tensões entre Pequim e seus vizinhos devido a disputas territoriais.
Enquanto em Pequim, Hillary terá reuniões intensas com diplomatas chineses depois de ter se encontrado com o ministro das Relações Exteriores na terça-feira.
O regime chinês nos últimos meses contestou a posse de pequenas ilhas rochosas nos mares do Leste e Sul da China, que são áreas que teriam reservas de petróleo e gás natural.
No incidente mais recente e bem divulgado, funcionários do Ministério das Relações Exteriores chinês atacaram o Japão sobre quem tem a soberania sobre as ilhas Senkaku (chamadas ilhas Diaoyu pelos chineses), enquanto ativistas pró-China navegaram até as ilhas para fincar uma bandeira antes de serem presos pela guarda costeira japonesa.
A China enviou navios de guerra para a ilha Scarborough, um pequeno grupo rochoso no Mar do Sul da China, num confronto contra as Filipinas, que fez as autoridades filipinas eventualmente se retirarem da região.
Tanto a China quanto o Vietnã reivindicam as ilhas Paracel e a China reivindicou várias das ilhas Spratly, que se encontram no mar das Filipinas.
“E vocês sabem qual é nossa posição sobre isso, queremos uma solução, a colaboração diplomática sobre isso”, disse Patrick Ventrell, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, nesta terça-feira, segundo uma transcrição.
Os Estados Unidos “não tomam qualquer posição específica nas várias reivindicações concorrentes, mas queremos um processo de colaboração diplomática que evite coerção e vocês sabem que a secretária foi clara sobre isso”, acrescentou Ventrell.
Clinton, em declarações feitas na segunda-feira na Indonésia, pediu à Associação das Nações do Sudeste Asiático e a China “para fazerem um progresso significativo em direção à finalização de um código de conduta abrangente” para resolver disputas territoriais na região.
No entanto, os Estados Unidos tem mantido que tem interesse na liberdade de navegação nos mares do Leste e Sul da China.
Em julho, a China irritou as Filipinas, o Vietnã e os Estados Unidos depois de criar uma guarnição militar na cidade de Sansha na ilha Woody, parte do arquipélago Paracel. A cidade foi criada em junho para fiscalizar a região.
Os Estados Unidos sublinharam que durante a visita de Clinton à China, ela ressaltará a cooperação mútua e discutirá questões relacionadas à Coréia do Norte, Irã e Síria. A Rússia e a China têm agido conjuntamente em três vetos nas resoluções sobre a Síria no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Clinton voou para Pequim após a realização de reuniões com autoridades da Indonésia focadas nas disputas territoriais, mas antes de ela chegar, o Ministério das Relações Exteriores chinês e a mídia estatal advertiram-na e aos Estados Unidos para ficarem fora das disputas regionais envolvendo a China.
“Os políticos norte-americanos, que absurdamente fantasiam que podem escavar ouro na China e controlar a ascensão da China ao mesmo tempo, devem se lembrar do velho ditado que ninguém pode também ganhar seu bolo e comê-lo ao mesmo tempo”, disse a Xinhua, a mídia porta-voz do Partido Comunista Chinês, nesta terça-feira.
A Xinhua também descreveu os EUA como “um encrenqueiro sorrateiro sentado atrás de algumas nações da região e puxando as cordas.”
Os Estados Unidos negaram que suas políticas visem especificamente à China na região da Ásia-Pacífico.