Vietnã condena expansão de Pequim no disputado Mar da China Meridional

19/04/2020 22:39 Atualizado: 20/04/2020 02:26

Por Equipe da Web

Em 19 de abril, o Vietnã protestou contra o regime chinês, dizendo que ele havia estabelecido duas unidades administrativas nas ilhas no Mar da China Meridional, na última ação de Pequim para afirmar seu domínio nas disputadas águas.

O regime chinês tem recentemente pressionado sua presença nas águas ricas em energia, enquanto outros reclamantes estão preocupados em combater a pandemia de vírus do PCC (Partido Comunista Chinês).

No sábado foi divulgado que o PCC havia estabelecido um distrito administrativo nas ilhas Paracel e outro nas ilhas Spratly. Os dois distritos estão sob o controle da cidade chinesa de Sansha, de acordo com a China Global Television Network.

“O estabelecimento da chamada Cidade de Sansha e atividades relacionadas violaram seriamente a soberania do Vietnã”, informou um comunicado do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Vietnã, Le Thi Thu Hang.

“O Vietnã exige que a China respeite a soberania do Vietnã e termine com suas decisões ilegais”, disse Hang no comunicado.

“Comportamento de bullying

Três fontes de segurança regional disseram à Reuters na sexta-feira que um navio de pesquisa do governo chinês estava perseguindo o navio de exploração operado pela companhia estatal de petróleo da Malásia, Petronas, nas águas em disputa.

O navio, Haiyang Dizhi 8, foi descoberto no início desta semana no Vietnã, onde havia realizado no ano passado suspeitas de pesquisas de exploração de petróleo em grandes extensões da zona econômica exclusiva do Vietnã.

Uma fonte de segurança da Malásia disse que o Haiyang Dizhi 8 foi flanqueado em um ponto na sexta-feira por mais de 10 embarcações chinesas, incluindo as pertencentes à milícia marítima e à guarda costeira. Um navio vietnamita também estava monitorando o navio Petronas. Navio chinês foi visto movendo-se para o sul, perto da Malásia, em meio às crescentes tensões no mar da China Meridional.

Isso levou os Estados Unidos a pedir ao regime chinês que pare com seu “comportamento de bullying“.

“Os Estados Unidos estão preocupados com relatos de repetidas ações provocativas da China, destinadas ao desenvolvimento de petróleo e gás no exterior de outros estados demandantes”, disse o Departamento de Estado dos EUA em comunicado por e-mail em resposta a perguntas sobre a presença do Haiyang Dizhi 8 nas águas da Malásia.

“Nesse caso, [o regime chinês] deve interromper seu comportamento de bullying e abster-se de se envolver nesse tipo de atividade provocativa e desestabilizadora”, afirmou.

As ações do regime chinês ameaçam a segurança energética regional e minaram o mercado livre e aberto de energia Indo-Pacífico, acrescentou.

O navio de pesquisa permaneceu na costa da Malásia até o final do domingo.

No início da semana, quando o navio de pesquisa estava fora do Vietnã, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que o navio estava realizando atividades normais e acusou as autoridades americanas de manchar Pequim.

O regime chinês reivindica quase todo o Mar da China Meridional, rico em recursos, que também é uma importante rota comercial. Filipinas, Brunei, Vietnã, Malásia e Taiwan têm reivindicações sobrepostas.

No início deste mês, o Vietnã apresentou um protesto oficial contra o regime chinês após o naufrágio de um barco de pesca vietnamita que, segundo o país, foi atingido por um navio da Guarda Costeira da China perto das Ilhas Paracel.

A Reuters contribuiu para esta reportagem.

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