John Merrill, o secretário de estado do Alabama, nos Estados Unidos, lançou uma investigação sobre fraude eleitoral na eleição especial do Senado do Alabama após assistir a um vídeo viral de um partidário do candidato democrata Doug Jones aparentemente admitindo que pessoas de todo o país foram ao Alabama para votar em Jones.
No vídeo, um jornalista da Fox 10 cobrindo o evento ao vivo perguntou a um partidário jubiloso do candidato democrata Doug Jones durante uma comemoração eleitoral porque ele estava tão excitado pela vitória do seu candidato.
“Porque nós viemos aqui de todas as partes do país como parte da nossa camaradagem, e todos nós fizemos campanha de boca de urna e votamos juntos, e nós elegemos o nosso garoto”, respondeu o homem entrevistado.
Apenas os cidadãos dos Estados Unidos que vivem no Alabama e se registraram para votar poderiam votar legalmente na eleição do Senado do Alabama, levantando preocupações de que muitas pessoas tenham votado ilegalmente nas disputadas eleições.
Com base em resultados não oficiais, Jones venceu o republicano Roy Moore por 1,5 pontos, ou 49,9% e 48,4% respectivamente. Os resultados se tornarão oficiais após John Merill confirmar a eleição, o que deverá ocorrer durante a semana após o Natal.
Merrill está atualmente tentando encontrar o homem entrevistado e questionar-lhe sobre o que ele quis dizer com sua resposta.
“Bem, é muito desconcertante quando alguém que não é do Alabama diz que participou da nossa eleição, então agora é de nossa responsabilidade tentar identificar esse jovem para compreender que papel ele desempenhou, se foi simplesmente campanha de boca de urna, ou se ele fazia parte de um processo que foi às ruas e tentou registrar eleitores, ou se ele de fato se tornou um eleitor registrado”, disse Merill à Fox 10.
Merill observou que ainda não há provas concretas de que uma fraude eleitoral tenha ocorrido.
“Nós não temos qualquer prova de que as pessoas fizeram isso, nossos números não indicam que isso tenha ocorrido, mas quando temos alguém numa filmagem de televisão dizendo que eles votaram, e é exatamente isso o que ele disse, então nós temos de ir ao fundo disso”, disse Merrill.
O Alabama tem algumas das leis de votação mais rigorosas nos Estados Unidos. Todo eleitor é obrigado a apresentar uma identificação com foto emitida pelo governo para poder votar.
Cerca de 700 pessoas podem ter votado ilegalmente na primária republicana na mesma eleição, de acordo com o Huffington Post. Merill considerou processar os infratores com a pena máxima, uma multa de US$ 10 mil e 10 anos de prisão, mas depois rejeitou as acusações.
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Os 674 suspeitos violaram uma nova lei do Alabama, que proíbe os eleitores de votarem nas primárias para mais de um partido. Após uma investigação mais aprofundada, 140 casos foram confirmados, enquanto o restante foi excluído como erro. Merill disse que as acusações não poderiam ser imputadas porque os juízes eleitorais não recomendariam um único caso aos promotores.
Alan King, um juiz eleitoral democrata do Alabama, foi nomeado para a Comissão de Integridade Eleitoral do presidente estadunidense Donald Trump, mas criticou os esforços de Merill para descobrir se houve fraude eleitoral.
A Comissão de Integridade Eleitoral foi criada em maio deste ano. Trump apareceu pessoalmente na primeira reunião. A comissão se encontrou pela última vez em setembro e não se encontrará novamente até depois das férias de inverno nos EUA. Nas suas audiências, foi apresentado um banco de dados de mais de 1.088 casos de fraude eleitoral, com 949 das instâncias levando a convicções criminais.
Apesar das rigorosas leis de votação, o Alabama teve 14 casos de fraude eleitoral desde 2000, com todos, exceto um, resultando em condenações criminais.