Por Agência EFE
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, insistiu nesta quinta-feira (4) que a China está tentando interferir nas eleições legislativas americanas de novembro, e declarou que “o que os russos estão fazendo é pequeno em comparação” com a intervenção chinesa no sistema político norte-americano.
“A liderança do presidente (Donald) Trump está funcionando, e a China quer que haja outro presidente norte-americano”, disse Pence em discurso no centro de estudos Hudson Institute.
Pence acusou a China de enfocar suas tarifas nas “indústrias e estados que terão um papel importante” nas eleições legislativas de novembro, e de tentar fazer com que os “eleitores” de Trump “se voltem contra” seu governo.
Estados Unidos e China mantêm uma guerra comercial desde julho, quando Trump impôs tarifas às importações chinesas do setor tecnológico e o país asiático respondeu com medidas análogas que afetam principalmente produtos agrícolas como a soja, que é cultivada em estados rurais que, em sua maioria, votaram em Trump em 2016.
“A China mobilizou atores e grupos encobertos e meios de propaganda para mudar a percepção dos norte-americanos sobre as políticas chinesas. Como me disse recentemente um alto funcionário de nossa inteligência, o que os russos estão fazendo é pequeno em comparação com o que a China está fazendo”, disse Pence.
“No entanto, nossa mensagem aos líderes da China é esta: não vão parar o presidente, e o povo norte-americano não se deixará influenciar. Seguiremos defendendo nossa segurança e nossa economia”, frisou o vice-presidente.
Na semana passada, Trump acusou a China de tentar manipular as eleições legislativas de 6 de novembro, porque não quer que os republicanos mantenham o controle do Congresso.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, negou então qualquer tentativa de seu país de interferir no sistema político norte-americano e tachou a acusação de “injustificada”.
Hoje Pence foi além, ao alegar que “integrantes de alto escalão do regime chinês tentaram exercer influência sobre líderes de negócios para que condenassem” a guerra comercial de Trump.