Por Charlotte Cuthbertson, Epoch Times
Após três meses de preparativos, negociações e interrupções, o grande dia chegou. O presidente norte-americano Donald Trump se reunirá amanhã (12) com o ditador norte-coreano Kim Jong-un para forjar um relacionamento que se espera levará a uma nova era na Península Coreana.
“Como disse o presidente no sábado (9), esta é realmente uma missão de paz”, disse a jornalistas o secretário de Estado Mike Pompeo em Singapura, em 11 de junho.
“O fato de que nossos dois líderes vão conversar cara a cara é um sinal do enorme potencial que existe para se alcançar algo que irá beneficiar imensamente ambos os povos e o mundo inteiro”.
“O presidente Trump acredita que Kim Jong-un tem uma oportunidade sem precedentes de mudar a trajetória da nossa relação e trazer paz e prosperidade ao seu país”.
Trump manteve contato com seus aliados na região e hoje, um dia antes da cúpula, chamou o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o presidente sul-coreano Moon Jae-in.
Pompeo disse que o objetivo principal do encontro, que é a desnuclearização completa, verificável e irreversível da Península Coreana, permanece o mesmo.
“As sanções permanecerão até que a Coreia do Norte elimine de maneira total e verificável seu programa de produção de armas de destruição em massa”, disse Pompeo, acrescentando que se as negociações forem interrompidas, então haverá mais sanções.
Pompeo disse que a estratégia de Trump é “fundamentalmente diferente” das tentativas passadas de se relacionar com a Coreia do Norte, e o contexto das discussões é “radicalmente diferente do que eram antes”.
A Coreia do Norte deve exigir garantias de segurança se concordar com a desnuclearização, e Pompeo disse que os Estados Unidos estão dispostos a fornecê-las.
“Estamos preparados para tomar medidas que lhes dêm suficiente certeza de que podem ficar tranquilos que a desnuclearização não é algo que vai fazê-los acabar mal. Na verdade, é justamente o oposto, isso vai levar a um futuro melhor e mais brilhante para o povo da Coreia do Norte”, disse ele.
Pompeo não quis dar detalhes, mas disse que os Estados Unidos estão preparados para dar garantias de segurança diferentes daquelas que estavam dispostos a dar antes.
Trump também está disposto a aumentar o acesso aos investimentos estrangeiros na Coreia do Norte e outras oportunidades econômicas, disse Pompeo.
“Em cada um destes dois países existem apenas duas pessoas que podem tomar decisões desta magnitude, e essas duas pessoas estarão sentadas juntas na mesma sala amanhã”, disse ele.
A mídia estatal da Coreia do Norte tem sido tradicionalmente hostil com os Estados Unidos, no entanto um artigo publicado hoje sugere o desejo de que se forme um bom relacionamento.
“Com a atenção e as expectativas do mundo inteiro, a cúpula entre os Estados Unidos e a República Popular da Coreia (RPDC), pela primeira vez na história, está concentrada em questões de interesse comum”, disse o jornal estatal Nodong.
“Esses interesses incluem o estabelecimento de novas relações entre a RPDC e os Estados Unidos de acordo com os requisitos de uma nova era, o intercâmbio de opiniões para a criação de um sistema de paz permanente e consolidada na Península Coreana, o cumprimento da desnuclearização da Península Coreana, etc”.
Robert Palladino, diretor de imprensa do Conselho de Segurança Nacional, disse a jornalistas em Singapura que “devemos ter um pouco de otimismo” com relação ao artigo.
A cúpula terá início às 9 horas da manhã em Singapura, em 12 de junho, na ilha Sentosa.
Após os cumprimentos iniciais, Trump e Kim farão uma reunião privada, apenas com a presença de tradutores. Em seguida, farão outra reunião mais ampla e depois terão um almoço de trabalho, segundo informou a Casa Branca em um comunicado.
Trump falará com a imprensa logo após as reuniões e pretende deixar Singapura por volta das 20:00, hora local.
A Casa Branca disse que as conversações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte estão progredindo e têm avançado mais rápido do que o esperado.