Por Jesús de León, Epoch Times
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) apresentou na segunda-feira (12) um relatório sobre a grave situação dos direitos humanos na Venezuela, após monitorar “com extrema preocupação o contexto de violações generalizadas” no país.
“Nós apresentamos nosso novo relatório sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela. No mesmo documento, mostramos extensivamente e em detalhes o impacto que o profundo enfraquecimento da institucionalidade democrática está causando sobre a validação dos direitos humanos da população venezuelana”, informou a CIDH.
A sala llena, presentamos nuevo informe "Institucionalidad democrática, estado de derecho y derechos humanos en #Venezuela." https://t.co/Lvj47Ng7w9 pic.twitter.com/Ges7PGJCrO
— CIDH (@CIDH) February 12, 2018
O relatório também aborda o aumento alarmante da repressão, da violência e da insegurança cidadã, a forma como altos níveis de corrupção penetraram as fracas instituições do Estado e a grave crise socioeconômica que gerou falta de alimentos, medicamentos e outros suprimentos básicos.
Segundo a Comissão, a grave situação socioeconômica e a alteração da ordem constitucional levaram milhares de pessoas a participar de protestos, ante os quais o Estado adotou uma resposta repressiva e arbitrária.
“Isso levou a graves violações dos direitos humanos, incluindo centenas de pessoas mortas e milhares presas arbitrariamente, entre outras consequências que registramos no relatório”.
"Cientos de personas murieron; miles fueron detenidas arbitrariamente; varias denunciaron actos de tortura y otros malos tratos; personas fueron violadas sexualmente y civiles fueron sometidos injustamente a tribunales penales militares. " https://t.co/VilYYb7d7W
— CIDH (@CIDH) February 12, 2018
O relatório está organizado em torno de quatro pontos principais: instituições democráticas; protesto social e liberdade de expressão; violência e segurança cidadã; direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais (Desca).
Para preparar o relatório, a CIDH monitorou com extrema preocupação o contexto de violações generalizadas dos direitos humanos na Venezuela. A Secretaria Executiva da CIDH instalou uma Sala de Coordenação e Resposta Oportuna e Integrada (Sacroi) sobre a Venezuela, a fim de reunir informações e coordenar o uso de seus diversos mecanismos para enfrentar a grave situação de direitos humanos decorrente da crise político-institucional, econômica e social no país, que piorou em 2017.
Presentación Informe Venezuela
Presentamos hoy nuestro nuevo informe "Institucionalidad democrática, estado de derecho y derechos humanos en Venezuela."Mira aquí la presentación completa del informe, y consúltalo completo en cidh.org/Venezuela
Posted by Comisión Interamericana de Derechos Humanos on Monday, February 12, 2018
A Comissão oferece em seu relatório 76 observações e recomendações para enfrentar a grave situação e exorta o Estado venezuelano a assumi-las com urgência.
“A saída desta crise deve ser democrática, pacífica e respeitar os direitos humanos de todas as pessoas”.
O documento foi entregue diretamente ao secretário geral da OEA, Luis Almagro, e será entregue a cada um dos Estados membros das organizações regionais.
Diálogo con el Presidente de la @CIDH, Francisco Eguiguren, y el Secretario Ejecutivo, @PauloAbrao, sobre situación de DDHH en la región y el Informe que presenta HOY la Comisión sobre #Venezuela #OEAconVzla pic.twitter.com/elh5DOxq3x
— Luis Almagro (@Almagro_OEA2015) February 12, 2018
A apresentação do relatório foi feita pelo presidente da CIDH e relator para a Venezuela, Comissário Francisco Eguiguren. Também estiveram presentes o Relator Especial para a Liberdade de Expressão, Edison Lanza; a relatora especial sobre Direitos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Desca), Soledad García Muñoz; e o secretário executivo da CIDH, Paulo Abrão.
O governo do ditador Nicolás Maduro anunciou que vai realizar eleições presidenciais antes de abril. Neste contexto, a CIDH “considera que a democracia exige eleições livres, confiáveis e transparentes. Isso não se cumpre apenas ao convocar eleições. É necessário que, em um possível processo eleitoral, essas garantias sejam estritamente observadas”.