O regime venezuelano rompeu relações diplomáticas com o Paraguai nesta segunda-feira (06), por conta do apoio do presidente paraguaio Santiago Peña ao líder oposicionista Edmundo González Urrutia.
“A República Bolivariana da Venezuela decidiu, no pleno exercício de sua soberania, romper as relações diplomáticas com a República do Paraguai e proceder à imediata retirada de seu pessoal diplomático acreditado nesse país”, disse o governo venezuelano, que havia restabelecido os laços com Assunção em novembro de 2023, depois que Peña chegou ao poder, em um comunicado.
O regime de Maduro considerou que Peña “recai em uma prática fracassada que lembra as fantasias do extinto Grupo de Lima com sua ridícula aventura chamada Guaidó”, em alusão ao outrora líder da oposição Juan Guaidó, que na época recebeu o apoio do governo de Assunção, então chefiado por Mario Abdo Benítez (2019-2023).
Abdo Benítez (2018-2023) rompeu relações diplomáticas com a Venezuela em janeiro de 2019 e anunciou o fechamento de sua embaixada em Caracas, depois que Maduro assumiu seu segundo mandato após um processo eleitoral que Assunção classificou como “ilegítimo”.
A Venezuela destacou que essas ações “representam a reedição de estratégias sem apoio político, legal ou social, que demonstraram seu fracasso retumbante”.
“É lamentável que governos como o do Paraguai continuem a subordinar sua política externa aos interesses de potências estrangeiras, promovendo agendas destinadas a minar os princípios democráticos e a vontade dos povos livres”, acrescentou a declaração, transmitida via Telegram pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil.
O regime venezuelano já rompeu relações com Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, depois que seus líderes rejeitaram o resultado oficial das eleições presidenciais de 28 de julho, que deram vitória ao ditador Nicolas Maduro e foram descritas como fraudulentas pela oposição.
Neste domingo, Peña realizou uma videoconferência com González Urrutia, que ele considerou “o vencedor das eleições presidenciais na Venezuela”.
O presidente, que restabeleceu relações com Caracas três meses depois de tomar posse em agosto de 2023, expressou a “necessidade de a região se unir para trabalhar pelo respeito absoluto à vontade do povo e impedir a continuidade de regimes autoritários” e reafirmou seu apoio “à democracia e à vitória de González Urrutia como presidente” da Venezuela.
