O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, anunciou nesta sexta-feira o envio de “patrulhas aéreas” depois que os Estados Unidos anunciaram ontem o sobrevoo de dois aviões da Marinha sobre Georgetown, capital da Guiana – país com o qual a Venezuela iniciou uma disputa territorial – e seus arredores.
Durante um evento militar transmitido pela emissora estatal “VTV”, López afirmou que em “questão de uma hora” houve um “destacamento organizado” de aeronaves Sukhoi 30MK2, F-16 e K-8 para defender o espaço aéreo, embora não tenha especificado o território para onde as aeronaves foram enviadas.
Na quinta-feira, o ministro descreveu o sobrevoo dos aviões americanos como “reiteradas provocações” do Comando Sul dos EUA, “patrocinadas pelo governo da Guiana, que assumiu o papel de uma nova colônia dos EUA”.
A embaixada dos EUA na Guiana informou na rede social X (ex-Twitter) que o sobrevoo seria realizado com “dois F/A-18F Super Hornets da Marinha embarcados no USS George Washington (porta-aviões)” e “com a cooperação e aprovação” do governo guianense.
Venezuela e Guiana, que compartilham uma fronteira, estão disputando o Essequibo, território de quase 160 mil quilômetros quadrados rico em petróleo e recursos naturais, que o governo da Guiana considera ser seu e para o qual aprovou várias licenças de petróleo.
Em 13 de abril, o governo venezuelano rejeitou “energicamente” uma recente licença de produção de petróleo concedida pela Guiana à empresa americana ExxonMobil em zonas marítimas “não demarcadas”, o que poderia “comprometer os recursos” que Caracas considera seus.
O conflito chegou ao ápice depois que a Venezuela realizou um referendo unilateral em 3 de dezembro do ano passado, no qual aprovou a anexação do território em questão, e o governo de Nicolás Maduro ordenou o estabelecimento de uma divisão militar perto da região, entre outras medidas.
López informou que o Sistema Integral de Defesa Aeroespacial “permanece ativado diante de qualquer tentativa de violação do espaço geográfico venezuelano”, incluindo o território disputado de Essequibo, que, reiterou, “pertence à Venezuela”.