CARACAS—Pelo menos 749 pessoas foram detidas na Venezuela na tarde de terça-feira (30), depois de numerosos protestos registrados em várias regiões do país contra o suposto resultado oficial das eleições de domingo (28), que teria ratificado Nicolás Maduro como presidente reeleito.
Adversários de Maduro e membros da comunidade internacional contestam os resultados divulgados no domingo, segundo os quais Maduro teria vencido com 51,2% dos votos. A principal coalizão de oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), alegou que seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu a disputa por ampla margem, e criou um site no qual divulgou 73% das atas eleitorais, documentos para auditoria dos votos, para sustentar a alegação.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, apresentou na terça-feira (3o) um balanço da atuação das forças de segurança do país no âmbito das manifestações, que, alega, também resultaram em 48 policiais e militares feridos, bem como na morte de um membro das Forças Armadas “em consequência dos tiros disparados por estes manifestantes” no estado de Aragua, no norte da Venezuela.
Saab apontou os manifestantes como “criminosos” e mencionou acusações de crimes como instigação pública, obstrução de vias públicas, incitação ao ódio, resistência à autoridade e, “nos casos mais graves, terrorismo”.
Houve vandalismo de manifestantes contra estátuas de Hugo Chavez em meio aos protestos e, segundo Saab a um escritório Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão que supervisiona as eleições venezuelanas.
O procurador-geral, membro histórico do alto escalão do chavismo, não citou ferimentos sofridos pelos manifestantes, repelidos pelas autoridades com gás lacrimogêneo e chumbinhos utilizados pela força pública, segundo informações da Agência EFE noticiadas a partir de Caracas.
Na segunda-feira (29), Maduro denunciou uma tentativa de golpe de Estado “de caráter fascista”, diante dos questionamentos sobre sua reeleição.
Com informações de Agência EFE