Venezuela rebate hipótese de intervenção e ameaça repetir exemplo do Vietnã

Chanceler também denunciou as novas sanções aplicadas pelos EUA contra pessoas do círculo próximo de Maduro

25/09/2018 21:56 Atualizado: 25/09/2018 21:56

Por Agência EFE

O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou nesta terça-feira (25) que o país se defenderia caso fosse alvo de uma intervenção estrangeira e alertou que o exemplo do Vietnã “seria pequeno” se a população local decidisse resistir.

“Nossa Força Armada Nacional Bolivariana, nosso povo, nossas milícias saberiam resistir, saberiam como se defender. O exemplo do Vietnã talvez fosse pequeno diante do que o povo da Venezuela é capaz de fazer quando decide ser livre, como fez há 200 anos”, afirmou o ministro em discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

Arreaza acusou os Estados Unidos e outros países de incentivarem um golpe de Estado contra o regime do ditador Nicolás Maduro e criticou com firmeza as últimas declarações do presidente americano, Donald Trump, sobre a Venezuela.

Entre outras coisas, o chanceler denunciou as novas sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra pessoas do círculo próximo de Maduro. Entre os incluídos na lista de punidos pelo Departamento do Tesouro norte-americano está a esposa do presidente venezuelano, Cilia Flores.

“O que faltou ao presidente Trump durante seu discurso foi pegar a Carta das Nações Unidas e queimá-la”, disse o chanceler.

Arreaza também criticou as declarações feitas por Trump depois de discursar na Assembleia Geral da ONU. O presidente norte-americano avaliou que um golpe militar contra a ditadura de Maduro poderia triunfar rapidamente.

“Ele está de acordo que haja um golpe militar, que haja derramamento de sangue, que haja morte na Venezuela”, afirmou.

Além disso, o ministro se queixou de não ter sido autorizado a participar de uma reunião sobre a imigração venezuelana organizada pela Colômbia. O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, discursou no evento e, segundo o chanceler, teria barrado sua presença.

Ontem, o presidente da Colômbia, Iván Duque, já havia afirmado que não queria um representante do governo venezuelano no encontro.