O governo da Venezuela ratificou nesta sexta-feira seu apoio ao ditador nicaraguense, Daniel Ortega, diante das novas sanções impostas pelos Estados Unidos à Nicarágua, que restringem a importação e exportação de artigos e serviços de defesa americanos destinados ou originários do país centro-americano.
“A Venezuela ratifica hoje perante o mundo seu apoio irrestrito e solidário ao povo e ao governo da Nicarágua, e reitera sua profunda admiração pelo comandante presidente Daniel Ortega e pela vice-presidente Rosario Murillo, e seu compromisso amoroso de lealdade, resistência e defesa cotidiana da soberania”, diz um comunicado de Caracas.
No texto, o governo do ditador Nicolás Maduro “condena a nova investida intervencionista de Washington” com essas ações “que buscam afetar a capacidade deste Estado de garantir a segurança e a estabilidade da nação”.
“Essa nova expressão de arrogância imperial demonstra de forma clara e contundente o contínuo desrespeito do governo dos Estados Unidos ao direito internacional e a outros princípios fundamentais de coexistência pacífica entre os Estados contidos na Carta das Nações Unidas”, diz o comunicado.
O Departamento de Estado dos EUA explicou na quinta-feira que a decisão se deve à “repressão brutal” do regime de Ortega contra a população nicaraguense.
“Os EUA continuarão a usar todas as ferramentas diplomáticas e econômicas disponíveis para promover a responsabilização do regime de Ortega-Murillo e apoiar os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos nicaraguenses enquanto eles buscam um futuro mais justo e próspero”, disse o governo de Joe Biden.
A Nicarágua está imersa em uma crise política e social desde abril de 2018, que se aprofundou após as disputadas eleições gerais de 7 de novembro de 2021, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto e quarto mandato consecutivo, com seus principais concorrentes na prisão ou no exílio.
