O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela homologou nesta quinta-feira (16) a condenação a cerca de 14 anos de prisão do líder opositor Leopoldo López, um dia após o presidente norte-americano, Donald Trump, haver se manifestado por sua libertação.
“É uma realidade e um ato de absoluta injustiça”, declarou à AFP o advogado de López, Juan Carlos Gutiérrez, lembrando que agora resta apelar a instâncias internacionais, uma vez que o caso se encerrou na Venezuela.
O recurso foi impetrado em julho passado, mas, apesar de a celeridade para estes casos ser prevista por lei, a sentença somente foi comunicada nesta terça-feira, um dia após a esposa de Leopoldo López, Lilian Tintori, visitar a Casa Branca.
“Não só está sendo ratificada a condenação de um homem inocente, o que por si é grave, mas se destrói o pouco que resta de Estado de direito na Venezuela. Não é um ato jurídico, mas político”, concluiu Gutiérrez.
Por meio do Twitter de sua chanceler, Delcy Rodríguez, o governo de Nicolás Maduro chamou a recepção de Trump a Tintori de “intromissão”, “agressão” e “lobby” da oposição “com a máfia de Miami”.
Leopoldo López é fundador da Vontade Popular, um dos partidos que se opõem ao líder chavista Nicolás Maduro, e está preso há três anos sob acusção de incitação à violência durante os grandes protestos de 2014 no país. Além de López, há mais de 100 presos de consciência na Venezuela, entre políticos de oposição e jovens estudantes.