O líder opositor da Venezuela, Leopoldo López, “não pode transmitir qualquer informação à mídia e não pode falar”, disse sua esposa Lilian Tintori, em uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira (29/08).
López está cumprindo 3 anos e meio de uma pena de prisão de 14 anos por supostamente instigar atos violentos durante uma manifestação que terminou com 43 pessoas mortas em 2014.
Em 8 de julho, o ex-prefeito de Chacao foi detido em prisão domiciliar por uma decisão da Suprema Corte de Justiça (TSJ). No entanto, 24 dias depois, o órgão mais alto do sistema judicial venezuelano o enviou de volta à prisão de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, acusando-o de tentar escapar.
Declarações controvertidas de Lilian Tintori sobre Leopoldo López. Venezuela, 29 de agosto de 2017:
López conseguiu voltar para casa sob prisão domiciliar em 6 de agosto, mas na condição de não poder realizar intervenções públicas, explicou sua esposa.
“Quando ele foi transferido de Ramo Verde para casa (a primeira vez), ele não tinha essas limitações. É por isso que Leopoldo se comunicava através de vídeos, mensagens nas redes sociais e através do partido Vontade Popular”, declarou Tintori.
Depois de ter sido colocado em prisão domiciliar pela primeira vez, López se manifestou contra a Assembleia Constituinte instituída pelo presidente Nicolás Maduro e que agora governa na Venezuela com poderes extraordinários.
Na verdade, na terça-feira passada, a Assembleia – constituída apenas por representantes do governo votou um decreto que permite classificar os venezuelanos que apoiaram as sanções impostas pelos Estados Unidos como “traidores para a pátria” e fazer um “julgamento histórico”.
“Sabemos que é um risco se Leopoldo falar, embora saibamos qual é sua posição frente ao regime, e eu continuarei a transmiti-la”, disse Tintori, indicando que a defesa irá recorrer das restrições.
“Tudo isso só confirma que Leopoldo é um preso de consciência”, acrescentou, mencionando que sua residência é constantemente vigiada por policiais.
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