O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que a Venezuela é, “sem dúvida, um dos parceiros mais leais” de seu país e que as relações bilaterais, apesar da pressão, continuarão a se fortalecer.
“Estamos unidos por relações amistosas e também por semelhanças em nossas posições, pelos laços de amizade e simpatia entre nossos povos. Nossas relações passaram por várias provações, crises e pressões, mas nossos laços continuarão a se desenvolver apesar de tudo”, disse Lavrov em entrevista coletiva durante visita ao país sul-americano.
O ministro russo comentou, após uma reunião com o chanceler venezuelano, Yván Gil, que ambos os países obedecem aos “princípios básicos da carta das Nações Unidas, incluindo a não interferência em assuntos internos”.
“Nós, como nossos amigos venezuelanos, defendemos o direito de cada nação de traçar seu próprio futuro sem interferência, sem chantagem, de fora”, alegou.
Rússia ajudará Venezuela a configurar economia que não dependa dos EUA
O ministro disse ainda, que a Rússia está empenhada em ajudar a economia da Venezuela a se tornar “independente das pressões” dos Estados Unidos e de “outros atores” no Ocidente.
“Vamos ajudar, de todas as formas possíveis, para que a economia venezuelana se torne uma economia independente das pressões dos Estados Unidos e de outros atores ocidentais”, anunciou o chanceler russo a jornalistas após uma reunião com o chefe da diplomacia venezuelana, Yván Gil.
Lavrov disse estar “convencido” de que a experiência da Rússia, que tem um “enorme número de sanções”, será “muito útil” para a Venezuela.
Gil assegurou que o seu país não percebeu um relaxamento das sanções internacionais, e que a recuperação econômica que a Venezuela registrou – “acima” de 15% em 2022, segundo números oficiais – se deve aos “próprios esforços” dos seus cidadãos e às alianças com países de todo o mundo, entre os quais destacou a Rússia.
“Continuamos insistindo aos Estados Unidos e à Europa que todas as sanções devem ser levantadas. Enquanto não for levantada a última sanção contra a economia venezuelana, não podemos falar de uma situação de normalidade nas relações entre Estados”, acrescentou Gil.
A Venezuela afirma que, desde dezembro de 2014, foram aplicadas mais de 900 “medidas coercitivas unilaterais” contra o país.
Além disso, desde 2015, “a Venezuela tem perdido anualmente uma média de US$ 44 bilhões” devido a estas restrições internacionais, de acordo com o Observatório Venezuelano Antibloqueio (OVA).
O chanceler russo chegou a Caracas nesta terça-feira, após uma visita ao Brasil, para se encontrar com funcionários do governo e com o ditador do país, Nicolas Maduro, que disse ontem que, entre outros assuntos, os dois discutiriam a cooperação bilateral e a presença da Rússia na América Latina e no Caribe.
Após a estada na Venezuela, Lavrov deverá visitar Cuba e Nicarágua, países que possuem intensas relações econômicas e políticas com a Rússia.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: