A Venezuela está dando os primeiros passos para a criação do fundo administrado pela ONU que canalizará cerca de US$ 3 bilhões dos recursos do país bloqueados no exterior, segundo informou nesta sexta-feira William Castillo, membro da delegação do governo no diálogo com a oposição.
As delegações do Executivo e do antichavismo concordaram no último sábado, após retomarem as negociações suspensas por mais de um ano, em recuperar recursos do Estado bloqueados no exterior para aumentar o investimento social por meio de um fundo que será criado e administrado pelas Nações Unidas.
Na quarta e na quinta-feira “tivemos duas reuniões com as Nações Unidas (…) para especificar as providências administrativas que devem ser tomadas (…) para criar esse fundo e poder exigir, então, a liberação desses recursos”, disse Castillo em entrevista à emissora estatal “VTV”.
O dinheiro, que servirá para apoiar pessoas em extrema pobreza, será investido no país com “acompanhamento” da ONU e de várias de suas agências, entre elas o Programa Mundial de Alimentos (PMA), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), detalhou.
“Nosso compromisso, como disse o presidente (Nicolás Maduro), agora é pressionar (…) o governo dos Estados Unidos (a) cumprir o compromisso que foi estabelecido”, afirmou.
Castillo garantiu que os negociadores da oposição “prometeram liberar US$ 3 bilhões” para o desenvolvimento de “um programa apresentado pelo governo”, com “algumas contribuições” dadas na primeira reunião do diálogo, que inclui a atenção a setores como alimentação, saúde, educação e eletricidade.
Esses recursos, segundo destacou, serão destinados, em parte, à recuperação de 14 hospitais e sete bancos de sangue, além do fornecimento de medicamentos para pacientes com câncer e HIV/Aids e o desenvolvimento de um programa de vacinação contra diversas doenças, incluindo o HPV.
Até agora, nem as partes nem a ONU explicaram quando os projetos financiados com esse dinheiro – bloqueado no exterior por sanções econômicas e processos judiciais – começarão a ser aplicados, nem de quais países virão esses recursos.
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