O governo da Venezuela criticou nesta quarta-feira que a Guiana tenha dado “sinal verde à presença” do Comando Sul dos Estados Unidos em Essequiba – um território de quase 160 mil quilômetros quadrados disputado pelos dois países – depois de o presidente guianense, Irfaan Ali, ter alertado que está em contato com esse comando militar americano.
Em comunicado, o Executivo venezuelano condenou as recentes declarações de Ali, que destacou que as Forças de Defesa da Guiana estão “em alerta máximo” e em contato com os seus homólogos militares de outros países, incluindo o Comando Sul.
O Executivo de Nicolás Maduro afirmou que a “atitude imprudente” de Georgetown abre ao “poder imperial” a “possibilidade de instalação de bases militares”, com o que está “ameaçando a zona de paz que se delineou nesta região”.
“A Guiana ataca de forma imprudente o direito internacional, realizando ações que agravam a controvérsia territorial e se somam à sua conduta ilegal de conceder direitos de exploração petrolífera à (americana) ExxonMobil em um mar pendente de delimitação com a Venezuela”, ressaltou.
Além disso, reiterou que Georgetown “mantém uma ocupação de fato” no território em questão e uma “disputa territorial com a Venezuela”, que deve “ser resolvida através do Acordo de Genebra de 1966, único instrumento jurídico válido entre as partes”.
Maduro lançou ontem um plano de ação para a região de Essequiba que inclui a concessão de licenças para exploração de petróleo e destacamentos militares em cidades próximas da área em disputa, embora, por enquanto, não tenha anunciado uma incursão na área.
O presidente da Guiana disse hoje que este plano de ação representa “uma ameaça iminente” à sua integridade territorial e à paz mundial, razão pela qual anunciou “medidas de precaução” para proteger o país.
O primeiro passo será levar hoje o assunto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que esse órgão possa adotar “medidas adequadas”, segundo antecipou em comunicado.
Ali indicou ainda que conversou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com vários líderes para alertar sobre “estes acontecimentos perigosos e as ações desesperadas do presidente Maduro”.
A Venezuela insiste que este plano de ação é desenhado com base no resultado do referendo não vinculativo de domingo, que propôs a anexação do território ao mapa nacional.