A Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, em sua sessão de terça-feira (29/08), classificou, através de um decreto, como “traidores da pátria” os opositores que apoiaram as sanções econômicas ditadas pelos Estados Unidos, o que também serviu para abrir um “julgamento histórico” .
A medida foi tomada por unanimidade, como já têm agido até agora os 545 chavistas que compõem a Assembleia Constituinte, em um esforço para denunciar a promoção de “essas ações imorais contra os interesses do povo venezuelano”, conforme informado pela presidente da Assembleia, Delcy Rodríguez.
“Foi somente um documento proveniente dos representantes da direita que pediu uma intervenção na Venezuela e nós o denunciamos, porque há mais de 2 anos eles se dedicam a ir a todas as instâncias internacionais, a solicitar expressamente a intervenção da Venezuela”, disse Rodríguez.
“Como seria punido, por exemplo, nos Estados Unidos, se um parlamentar pedisse para que o país fosse invadido militarmente por outro país, traição à pátria?”, perguntou ela.
A decisão foi tomada no final de uma sessão de quase três horas marcada pela violência dos discursos contra a liderança da oposição.
Rodríguez apontou diretamente para o presidente do parlamento, Julio Borges, que está sendo investigado por ter pedido em maio ao banco de investimentos Goldman Sachs para que não comprasse títulos do regime de Nicolás Maduro.
Por sua parte, Borges culpou o presidente pela crise enfrentada pela Venezuela e enfatizou que todos os contratos ou despesas devem passar pelo parlamento antes de serem aprovados.
“Por que Nicolás Maduro é responsável? Porque ele tem todo o poder, ele fechou a Assembleia Nacional, tomou o poder da Assembleia Nacional, tem a lei habilitante, tem decretos de guerra econômica para fazer o que quiser com a economia, e o resultado é que as empresas fecharam, que as vagas de trabalho são eliminadas “, disse Borges.
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