O regime da Venezuela começou a emitir documentos de identidade na cidade de Tumeremo, perto do território de Esequibo, que o país disputa com a Guiana, informou nesta segunda-feira o Serviço de Identificação, Migração e Estrangeiros venezuelano (Saime).
A instituição compartilhou no Instagram várias fotos e vídeos que mostram a entrega de carteiras de identidade nessa cidade onde, provisoriamente, serão instalados os órgãos de poder criados unilateralmente pelo ditador venezuelano, Nicolás Maduro, em sua tentativa de anexar Essequibo.
Embora Maduro tenha garantido que o Saime abriria um escritório em Tumeremo no sábado, as autoridades confirmaram a implementação de “jornadas especiais” – geralmente itinerantes – para a entrega de documentos, sem esclarecer se a sede do órgão já abriu suas portas.
A reitora do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Rosalba Gil, responsável pelo registro da instituição, informou na mesma rede social sobre uma “visita institucional de reconhecimento” a Tumeremo, onde pretende abrir “novas unidades” para a coleta de dados dos cidadãos.
“Convocamos todos os essequibanos (habitantes da área em disputa), que estamos à disposição no registro civil para atender qualquer situação, providenciar seus documentos, e depois entregar sua identificação, como a carteira de identidade”, disse ela.
O fornecimento de documentos de identidade para as pessoas que vivem na área disputada, em sua maioria comunidades indígenas, é uma das ações propostas pela Venezuela, depois que a maioria de seus eleitores aprovou em um referendo unilateral a anexação do território, rico em petróleo e que é controlado pela Guiana há mais de 120 anos.
Até o momento, as autoridades de Caracas não informaram quantos essequibanos solicitaram a cidadania venezuelana.