Autoridades da Venezuela assinaram nesta quinta-feira as resoluções ministeriais que nomeiam os generais do Exército que liderarão a recém-criada Zona Operacional de Defesa Integral da Guiana Essequiba, um território de cerca de 160 mil quilômetros quadrados que o país disputa com a Guiana.
Segundo explicou na rede social X (ex-Twitter) o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, as nomeações são feitas “para atender à vontade do povo”, expressada em um referendo no último domingo, em que mais de 90% dos participantes votaram, entre outras coisas, a favor de anexar o território e criar um novo estado venezuelano.
De momento, a Venezuela considera aproximar-se da área com destacamentos militares, ordenados pelo ditador Nicolás Maduro, em cidades próximas da área disputada, nas quais não serão realizadas incursões, pelo menos por enquanto.
O líder venezuelano anunciou, no início da semana, que a divisão militar terá sua sede provisória na cidade de Tumeremo, no estado de Bolívar, na fronteira com o Brasil.
Maduro designou o general Alexis Rodríguez Cabello como autoridade exclusiva da Guiana Essequiba, que também operará a partir do território venezuelano.
A controvérsia na região remonta ao século XIX, mas desde 2018 ganhou força com a admissão do caso pelo Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), que pediu à Venezuela que não praticasse ações que alterassem a atual dinâmica sobre a área, administrada pela Guiana.
A Venezuela, por sua vez, rejeita a mediação do TIJ nesta matéria, uma alegação que também foi reforçada pelo referendo, em que os venezuelanos concordaram em não reconhecer a jurisdição do tribunal internacional que, de qualquer forma, emitirá uma decisão vinculativa para as duas nações, em uma data que ainda não foi anunciada.