O Parlamento da Venezuela adiou a aprovação da lei de anexação do território em disputa com a Guiana enquanto é realizada a primeira reunião entre representantes de ambos os países nesta quinta-feira em São Vicente e Granadinas.
Os parlamentares, em sua maioria governistas, realizaram duas sessões entre ontem e hoje sem fazer qualquer menção à chamada Lei de Defesa da Guiana Essequiba, que pretende formalizar a criação de um novo estado venezuelano na área disputada, controlada pela Guiana.
No final da sessão desta quinta-feira, o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, convocou os deputados para um novo debate na próxima terça-feira.
A lei foi suspensa no mesmo dia em que o ditador da Venezuela e o presidente da Guiana, Nicolás Maduro e Irfaan Ali, respectivamente, se reuniram em São Vicente e Granadinas para diminuir as tensões e erradicar as ações unilaterais, a pedido dos países da região, especialmente do Brasil.
Com essa legislação, a Venezuela pretende estabelecer políticas provisórias “até” que consiga realizar eleições na área disputada ou que se chegue a uma “solução prática e mutuamente aceitável” com a Guiana.
O regime e o Parlamento venezuelanos dizem agir sob o “mandato do povo” por meio de um referendo unilateral realizado em 3 de dezembro, no qual a maioria dos eleitores aprovou a anexação de Essequibo.
A nova região foi incorporada ao orçamento nacional, apesar de a Venezuela não ter nenhum poder sobre ela, e terá tribunais próximos à disposição, sempre sob o mesmo preceito: que a sede de todas essas instituições será Tumeremo, uma cidade do estado venezuelano de Bolívar, localizada a dezenas de quilômetros de Essequibo e perto da fronteira com o Brasil.