Vencedores do Nobel da Paz recebem prêmio e criticam Rússia

Por Agência de Notícias
10/12/2022 15:26 Atualizado: 10/12/2022 15:26

Os vencedores da edição deste ano do Prêmio Nobel da Paz defenderam o trabalho da sociedade civil e criticaram a Rússia e aliados, ao receberem neste sábado a honraria, em Oslo, na Noruega.

Natallia Pinchuk, representando o bielorrusso Ales Bialiatski; a diretora do ucraniano Centro para as Liberdades Civis, Oleksandra Matviychuk; e Yan Rachinsky, representante da organização russa Memorial participaram hoje da cerimônia.

“Ales e todos nós sabemos a importância e o risco de cumprir a missão dos defensores dos direitos humanos, especialmente, no momento trágico da agressão da Rússia à Ucrânia”, afirmou Pinchuk, em discurso.

Bialiatski e as duas organizações ganharam o prêmio por “promover o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos, assim como pelo esforço de documentar crimes de guerra, abusos dos direitos humanos e poder”, destacou a presidente do Comitê Nobel, Berit Reiss-Andersen.

No pronunciamento, Pinchuk citou algumas declarações anteriores do marido e outras que ele fez para ela, na única visita que conseguiu fazer, em quase um ano e meio que o ativista está preso.

“Toda Belarus está em uma prisão”, é um dos lemas de Bialiatski, ferrenho crítico ao governo da Rússia pelo apoio ao regime do seu país de origem.

Matviychuk ainda acusou a Rússia de atacar civis de forma deliberada, para frear a resistência e ocupar toda a Ucrânia.

A ativista ucraniana se opõe às negociações com a Rússia e garantiu que existe uma luta “entre autoritarismo e democracia”, mas não entre as duas antigas repúblicas soviéticas.

“Temos que estabelecer um tribunal internacional e levar (Vladimir) Putin, Aleksandr (Lukashenko) e outros criminosos de guerra à justiça”, garantiu Matviychuk.

Rachinski, por sua vez, relembrou o trabalho da ONG Memorial, que representa, na documentação da repressão no território russo.

“Hoje em dia, o número de presos políticos na Rússia é superior ao total de toda a União Soviética no começo do período da perestroika, na década de 1980”, afirmou.

 

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