Vaticano prevê reajustes no orçamento, mas nega risco de falência

13/05/2020 14:45 Atualizado: 13/05/2020 14:45

Por EFE

Cidade do Vaticano, 13 mai – O Vaticano revelou nesta quarta-feira está passando uma grave crise financeira e terá que aplicar ajustes orçamentários diante de uma queda de receitas entre 25% e 45% devido, em parte, à crise da pandemia da Covid-19, mas no entanto nega risco de falência.

“Não há risco de falência, mas são esperados anos difíceis”, disse hoje o recém-nomeado prefeito do Ministério da Economia, equivalente ao ministro da Economia do Vaticano, o jesuíta espanhol Juan Antonio Guerrero Alves.

“A Igreja cumpre sua missão com a ajuda das ofertas dos fiéis. E não sabemos quantas pessoas podem doar. Precisamente por esse motivo, devemos ser sóbrios, rigorosos”, disse Guerrero, observando que a estimativa mais otimista da evolução da crise no Vaticano prevê uma queda de renda entre 25% e 45% no cenário mais pessimista.

“De qualquer forma, se não houver receitas extraordinárias, é evidente que haverá um aumento no déficit”, esclareceu o jesuíta, ao mesmo tempo afirmando que já haviam decidido fazer ajustes orçamentais e que agora com o surgimento do novo coronavírus, devem ser implementados com “maior determinação”.

Nos últimos quatro anos, foram recebidos uma média de cerca de 270 milhões de euros, em comparação com cerca de 320 milhões em despesas; portanto, o déficit variou entre 60 e 70 milhões por ano, disse ele.

Um recente relatório interno do Vaticano sobre o impacto do coronavírus publicado no jornal “Il Messaggero” indica que o cenário mais otimista prevê um aumento no déficit de 28% e 175% no mais pessimista, devido à menor venda de ingressos dos museus do Vaticano, fechados nos últimos dois meses devido à pandemia e que representam uma das maiores fontes de renda.

Ele também explicou que os custos do Estado do Vaticano são distribuídos “45% pessoais, 45% despesas gerais e administrativas e 7,5% doações”, além de especificar que cerca de 15% do orçamento é destinado às comunicações do papa.

Ele também esclareceu que a manutenção dos edifícios leva outros 10% e 17 milhões de impostos são pagos na Itália.

Para reduzir os gastos, está previsto “centralizar investimentos financeiros, aprimorar a gestão de pessoas, aprimorar a gestão de propostas” e “aprovar um novo código para contratos que definitivamente gerará economia”.

Mas ele garantiu que “a remuneração dos obreiros, a ajuda às pessoas em dificuldade e o apoio às igrejas necessitadas” não são questionados.