O Vaticano exigiu do regime de Nicolás Maduro nesta sexta-feira (4) o respeito aos direitos humanos e a suspensão da Assembleia Constituinte, eleita no último domingo (30) em condições obscuras para reescrever a Constituição do país.
Em comunicado, da Secretaria de Estado da Santa Sé, o Vaticano pediu que “seja assegurado o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, bem como a Constituição vigente”.
“Que sejam suspensas as iniciativas em curso, como a nova Constituição, para favorecer a reconciliação e a paz, e não fomentando um clima de tensão e de confronto, para que sejam criadas condições para uma solução negociada”, recomendou.
O Vaticano abordou também “o grave sofrimento do povo, em dificuldade para encontrar alimentos e remédios, e a falta de segurança” em todo o país. “O papa Francisco acompanha de perto a situação e suas implicações humanitárias, sociais, políticas, econômicas e até espirituais, assegurando suas orações pelo país e por todos os venezuelanos”, afirmou em nota.
Protestos contra o regime de Maduro e a Constituinte tomam as ruas de toda a Venezuela há quase quatro meses. Mais de 110 pessoas já foram mortas pela repressão.
O Vaticano e o papa Francisco afirmam que desde o início do caos político se colocaram à disposição para auxiliar nas negociações de paz, porém se queixam da ausência de diálogo por parte do regime venezuelano.
Uma comissão do Senado brasileiro, liderada pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, viajará à Venezuela visando a favorecer o diálogo. Neste sábado (5), o Mercosul realizará uma reunirão extraordinária para atualizar o posicionamento do bloco sobre o regime de Nicolás Maduro. A aplicação da Cláusula Democrática, culminando na expulsão da Venezuela, está entre as opções a ser estudas.
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