Por Agência EFE
Vários estados venezuelanos ficaram sem eletricidade nesta terça-feira após um novo apagão maciço que ainda continua em várias regiões e que as autoridades atribuíram a um “ataque”.
“Devemos relatar que o Sistema Elétrico Nacional sofreu um ataque às linhas de transmissão (…) Já estamos em processo de recuperação do serviço, a Venezuela unida vencerá”, afirmou o vice-presidente executivo ilegítimo do país, Delcy Rodríguez, no Twitter.
Ele observou que essa decisão ocorre apenas algumas horas depois que as autoridades frustraram um ataque marítimo que o regime alegava ter a intenção de matar o ditador socialista Nicolás Maduro e outras autoridades.
Vários deputados da oposição garantem que entre 9 e 16 das 23 entidades federais do país estejam no escuro.
“A destruição do sistema elétrico e a incompetência de quem se apega ao poder são evidentes”, disse o legislador da oposição Rafael Guzmán em referência ao regime de Maduro.
O oeste da Venezuela está castigado
Os habitantes dos estados de Zulia, Táchira, Trujillo e Lara (oeste) confirmaram à EFE que esse apagão afetou as comunidades em que residem desde as 19:00 GMT, apesar de sofrerem falhas diárias de até nove horas.
O governador de Mérida, a oposição Ramón Guevara, confirmou na terça-feira a morte de um jovem durante um protesto de cidadãos que denunciou os constantes cortes de energia naquela entidade ocidental.
“Expressamos nossa dor e solidariedade com a família e os amigos do jovem de Mérida, Rafael Hernández, que morreu na noite de segunda-feira ao protestar contra os longos apagões”, disse o presidente regional no Twitter.
Enquanto estava em Caracas e no estado vizinho de Miranda, a falta de energia começou por volta das 20:00 GMT. Uma hora depois, o serviço havia sido restaurado em muitas dessas regiões.
A Corporação Nacional de Energia Elétrica (Corpoelec) não informou imediatamente as causas desse novo apagão.
Cortes em todo o país
Em março do ano passado, a Venezuela sofreu várias quedas de energia que deixaram praticamente todo o país no escuro por dias.
Então, o regime atribuiu as falhas a uma suposta “sabotagem” na principal usina hidrelétrica do país, conhecida como Guri, que fornece energia a cerca de 70% da Venezuela.
No final de 2019, o diretor da empresa venezuelana Consultores 21, Saúl Cabrera, disse que quase 90% dos venezuelanos declaram “sofrer problemas” com eletricidade e água potável, dois dos serviços públicos que sofreram deterioração no país nos últimos anos.
A falta de energia elétrica na Venezuela danifica diretamente as comunicações, a água, o transporte e as transações comerciais.
Segundo o regime chavista venezuelano, falhas de energia ocorrem devido a supostos ataques eletromagnéticos ou sabotagem, mas a oposição e os especialistas atribuem a situação à falta de manutenção e investimento em usinas e centrais elétricas.
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