Logo após o ministro das relações exteriores do Japão ter completado uma visita à China para melhorar as relações entre os dois países, as autoridades chinesas mostraram o quão frágil esta relação pode ser.
Em 29 de janeiro, o Departamento Estatal de Topografia e Mapeamento da China divulgou uma nota sobre “mapas problemáticos”, nomeando oito empresas de mapas que não exibem as disputas territoriais da China de acordo com as reivindicações do regime.
Entre as empresas estava a Muji, um varejista japonês que vende bens domésticos e roupas.
As autoridades chinesas ficaram ofendidas por um mapa que apareceu no catálogo de móveis de outono/inverno da Muji em 2017 distribuído na China, o qual não mostrava as Ilhas Senkaku e várias ilhas no Mar do Sul da China que Pequim reivindica a posse.
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As Ilhas Senkaku, localizadas no Mar do Leste da China, são controladas pelo Japão, mas a China afirma que elas faziam parte do império chinês desde os tempos antigos.
O Departamento Estatal de Topografia e Mapeamento ordenou a destruição dos catálogos. A Muji disse que cumprirá a determinação.
Mas o governo japonês não ficou nada satisfeito com isso. Em 31 de janeiro, o secretário-chefe do gabinete do Japão, Yoshihide Suga, respondeu à notícia: “Não há disputa territorial a ser resolvida sobre as Ilhas Senkaku. Não podemos aceitar a medida com base nas reivindicações unilaterais da China”, disse ele, de acordo com uma reportagem da agência de notícias japonesa Kyodo.
Suga acrescentou que as ordens do regime chinês poderiam ter um impacto negativo nas empresas japonesas.
De fato, em 2012, as disputas dos dois países sobre as Ilhas Senkaku levaram a boicotes maciços de bens japoneses e protestos violentos em muitas cidades chinesas, com algumas empresas japonesas gravemente danificadas por cidadãos chineses que protestavam em meio ao fervor nacionalista incitado pelo regime. A violência ocorreu depois que o governo japonês anunciou em setembro de 2012 sua intenção de comprar as ilhas de cidadãos privados japoneses que as possuíam.
Muitas empresas japonesas saíram da China na época. Mas a Muji foi contra a tendência e decidiu aumentar seus investimentos no mercado chinês em 2015. Agora, ela tem 200 lojas na China. Na cidade sulina chinesa de Shenzhen, a Muji abriu uma loja emblemática em janeiro, que também incluiu um hotel e restaurante nas instalações.
Esta última queda de braço geopolítica ocorreu logo após o ministro das relações exteriores japonês, Taro Kano, se encontrar com altos funcionários chineses durante uma visita de dois dias destinada a amenizar as relações e a comemorar o 40º aniversário do Tratado de Paz e Amizade entre o Japão e a China.
Colaborou: Lin Shiyuan
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