O Uruguai se somará a uma denúncia existente contra a Venezuela por crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional (TPI), anunciou nesta quinta-feira (05) em entrevista coletiva o ministro das Relações Exteriores uruguaio, Omar Paganini, com o argumento de que continuam acontecendo “desaparecimentos, torturas e mortes” no país controlado por Nicolás Maduro.
“Nesse sentido, estamos nos unindo na semana que vem em Haia, nos apresentando para que o Uruguai denuncie o que aconteceu no mesmo caso, mas depois de ter sido apresentado inicialmente”, destacou o chanceler.
Paganini também considerou “muito grave” o mandado de prisão emitido contra o candidato da maior coalizão de oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia.
“As acusações são implausíveis, algumas são completamente ridículas. Por exemplo, o fato de a oposição ter publicado cópias das atas é visto como uma usurpação do Conselho Eleitoral sem qualquer base”, disse o ministro uruguaio.
Na opinião de Paganini, “a ditadura venezuelana endurece a cada passo que dá”.
“A oposição venezuelana se organizou, se mobilizou pacificamente, pressionou, e isso é muito importante. No final, o regime precisa entender que não pode continuar, que não tem apoio interno ou externo e precisa abrir portas para uma saída. Esperamos que eles ouçam e entendam”, concluiu.
Dias atrás, o Uruguai rejeitou o mandado de prisão contra González Urrutia, juntamente com Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana.
“O mandado de prisão cita vários supostos crimes que nada mais são do que outra tentativa de silenciar o senhor González Urrutia, de desconsiderar a vontade do povo venezuelano e constitui perseguição política”, disse uma declaração emitida pelos nove países em 3 de setembro.
Na segunda-feira, o Ministério Público venezuelano solicitou a um tribunal especializado em crimes de “terrorismo” que emitisse um “mandado de prisão” contra González Urrutia por sua “suposta prática de crimes de usurpação de funções” e “falsificação de documentos públicos”, em relação às atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho.