O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, pediu nesta terça-feira ao Mercosul, bloco que inclui Brasil, Argentina e Paraguai, que “levantem a voz” para condenar a inelegibilidade política da opositora venezuelana María Corina Machado.
“Da Venezuela não vai sair uma democracia sã” se “uma candidata com um potencial enorme for desqualificada por razões políticas e não jurídicas”, disse Lacalle Pou na LXII Cúpula de chefes de Estado do Mercosul, que está sendo realizada em Puerto Iguazú.
Nesse sentido, o mandatário uruguaio exigiu que seus outros três parceiros do Mercosul “tratem de ser objetivos” com a situação na Venezuela. Machado, inscrita para participar das primárias de outubro na Venezuela, antes das eleições presidenciais de 2024, foi recentemente inabilitada de concorrer a um cargo eleitoral popular por 15 anos.
“Prestaremos um desserviço à democracia venezuelana se não levantarmos nossas vozes (…) O Mercosul tem que dar um sinal claro para que o povo venezuelano caminhe para uma democracia plena, que claramente não tem”, disse.
Também participam da cúpula os presidentes de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; Paraguai, Mario Abdo Benítez, e Argentina, Alberto Fernández; além de Luis Arce, presidente da Bolívia, Estado associado e em processo de adesão.
Abdo Benítez também denunciou em seu discurso as “restrições políticas” na Venezuela, aludindo também à inelegibilidade de Machado.
“Quando aparece um caminho de saída, um itinerário de esperança com a realização de eleições com a oposição, rapidamente vimos essa ilusão se extinguir com a desqualificação de María Corina Machado”, disse o mandatário paraguaio.
Lula e Fernández, que defendem o retorno da Venezuela ao Mercosul, do qual foi suspensa em 2017 por “ruptura da ordem democrática”, segundo alegaram os integrantes do bloco na época, não fizeram menção à situação política do país em seus discursos.
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