Por Agência EFE
As universidades públicas da Califórnia oferecerão para suas alunas e trabalhadoras acesso à pílula abortiva em todos os seus campi, para que não saturem as clínicas externas antes da previsível chegada de pacientes de outros estados onde a medicação é ilegal.
Os dois sistemas de ensino universitário público do estado, Cal State e Universidade da Califórnia, prometeram nesta quinta-feira incluir a pílula no seguro de saúde de seus alunos, sem custo adicional, antes do próximo dia 1º de janeiro.
O esforço faz parte das medidas que o estado da Califórnia, um dos mais progressistas dos EUA, está promovendo para blindar o acesso ao aborto depois que a Suprema Corte revogou a decisão que, desde 1973, protegia esse direito em todo o país.
No entanto, a adoção da pílula abortiva no campus já havia sido aprovada em lei de 2019. A decisão do Supremo Tribunal apenas acelerou os planos das universidades.
De acordo com as duas instituições, que têm campi nas principais cidades do estado, como Los Angeles, San Francisco e San Diego, a medida ajudará a liberar outras clínicas para que possam atender pacientes de estados restritivos que não permitem a venda dessas pílulas em suas farmácias.
Um estudo de 2018 da Universidade da Califórnia em San Francisco estimou que entre 300 e 500 estudantes do sexo feminino precisam de algum tipo de assistência à saúde reprodutiva a cada mês. Os campi de todas as universidades somam mais de 500.000 alunos matriculados.
Além disso, os californianos votarão se a Constituição de seu estado deve proteger explicitamente o direito ao aborto nas eleições de meio de mandato marcadas para novembro.
Trata-se de uma emenda constitucional apresentada pelo Partido Democrata, que tem maioria neste órgão, e que foi proposta para garantir a interrupção da gravidez e o acesso a anticoncepcionais a qualquer gestante que esteja em solo californiano.
O aborto é legal sob a proteção da jurisprudência californiana, mas o Partido Democrata pretende salvaguardar esse direito buscando status constitucional.
Assim que a decisão final da Suprema Corte foi tornada pública, Califórnia, Washington e Oregon, os três estados que compõem a costa oeste dos EUA, endossaram seu compromisso de proteger o direito ao aborto por meio de uma série de ações conjuntas que descreveram como “Ofensiva da Costa Oeste”.
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