O alto representante da União Europeia (UE), Josep Borrell Fontelles, declarou na segunda-feira (5) que a UE não reconhece os resultados das eleições presidenciais venezuelanas, realizadas em 28 de julho, devido à falta de evidências que sustentem os números divulgados. A UE pede a publicação e verificação independente dos registros oficiais de votação para assegurar a transparência do pleito.
A União Europeia expressou profunda preocupação com os recentes desenvolvimentos na Venezuela, especialmente após as eleições presidenciais de 28 de julho. Em uma declaração oficial feita no domingo (4), a organização destacou que as missões internacionais de observação eleitoral apontaram sérias falhas no processo, que “não atendeu aos padrões internacionais de integridade”.
Até o momento, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) não publicou os registros oficiais de votação das seções eleitorais, conhecidos como “atas”. Sem essas evidências, a UE afirmou que os resultados anunciados pelo CNE em 2 de agosto não podem ser reconhecidos.
Em uma postagem na rede social X, Borrell reiterou: “Sem evidências para sustentá-los, os resultados publicados pelo CNE em 2/08 não podem ser reconhecidos. A UE pede a publicação e verificação dos registros oficiais de votação. Respeitar a vontade do povo venezuelano continua sendo a única maneira de restaurar a democracia”.
As cópias dos registros eleitorais, publicadas pela oposição e revisadas por várias organizações independentes, sugerem que Edmundo González Urrutia teria vencido as eleições presidenciais com uma maioria significativa. Diante dessa situação, a UE pediu uma verificação independente adicional dos registros eleitorais por uma entidade de reputação internacional para garantir a transparência do processo.
Além disso, a União Europeia apelou para que manifestações e protestos decorrentes da crise eleitoral permaneçam pacíficos e pediu calma e moderação a todos os envolvidos.
A declaração sublinhou a importância de respeitar os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e de reunião, por parte das autoridades venezuelanas e das forças de segurança.
A UE também manifestou grave preocupação com o aumento das detenções arbitrárias e o assédio contínuo à oposição. A entidade pediu o fim dessas práticas e da retórica violenta contra membros da oposição e da sociedade civil, além da libertação imediata de todos os presos políticos.
Por fim, a declaração da UE saudou os esforços dos parceiros regionais que buscam promover o diálogo e uma solução negociada para a crise na Venezuela: “Respeitar a vontade do povo venezuelano continua sendo a única maneira de a Venezuela restaurar a democracia e resolver a atual crise humanitária e socioeconômica” finaliza a nota da UE.