“União Europeia pode sair da crise mais forte que entrou”, afirma Merkel

27/05/2020 20:02 Atualizado: 27/05/2020 20:02

Por EFE

Berlim, 27 maio – A chanceler alemã, Angela Merkel, apelou nesta quarta-feira para a coesão dos integrantes da União Europeia em um momento de dificuldade global com a pandemia do novo coronavírus como um ponto chave para a gestão da Alemanha na presidência do bloco, que começará em julho.

“Nesta crise, é essencial que a família europeia se reúna. Como o vírus não entende fronteiras, nossa resposta como União Europeia não pode parar nas fronteiras nacionais”, argumentou Merkel, dirigindo-se aos participantes de um evento organizado por uma fundação próxima ao seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU).

“A União Europeia pode sair da crise mais forte que entrou, mas para que isso aconteça, o fio condutor comum deve ser a coesão e a solidariedade europeia diante da pandemia”, completou.

A chanceler destacou que a presidência alemã na UE será marcada por esforços no sentido de uma recuperação econômica sustentável, que garanta a convergência e a coesão.

“É necessário um esforço extraordinário para um desafio extraordinário”, destacou a chefe de governo, apontando para a proposta franco-alemã de revitalizar a economia e a iniciativa da Comissão Europeia apresentada na semana passada, que prevê um fundo de 750 bilhões de euros para os Estados da UE mais afetados.

Uma âncora de estabilidade

A nível global, Merkel salientou que a pandemia conduzirá a um surto de conflitos e problemas de vários tipos em muitos lugares. Isso, em sua visão, será um “teste de carga” para a capacidade da UE de defender valores como a democracia e a liberdade à escala internacional. “Em um mundo desestabilizado, é do interesse comum da Europa ser uma âncora de estabilidade”, comentou.

Entre os maiores desafios da presidência alemã, Merkel apontou a necessidade de a União Europeia “moldar ativamente” a cooperação com a China, que ela disse ser um dos principais protagonistas do século 21. Será preciso atuar como mediadora em meio a tensões do gigante asiático com os Estados Unidos para promover o que definiu como diálogo construtivo.

Merkel também se pronunciou a favor do diálogo com a Rússia, embora deva ser baseado no entendimento de que nas relações internacionais, não é o direito do mais forte que conta, mas a força da lei.

Merkel criticou a anexação da Crimeia pelos russos e os ataques às democracias ocidentais, dizendo que se não houver progresso no chamado processo de Minsk, a Alemanha defenderá a manutenção das sanções.

Em relação aos Estados Unidos, a chanceler admitiu que a cooperação atual é mais complicada do que gostaria, em termos de clima e política comercial, também dentro das organizações internacionais em relação à luta contra a pandemia. No entanto, definiu os americanos como os parceiros mais importantes do bloco.