UE: mais de 1.000 cidadãos processam presidente da Comissão Europeia sobre vacinas contra COVID-19

Por Redação Epoch Times Brasil
09/12/2024 13:37 Atualizado: 09/12/2024 13:37

Mais de mil cidadãos da União Europeia (UE) entraram com uma ação coletiva contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Eles questionam tanto possíveis irregularidades no processo de compra das vacinas contra a COVID-19 quanto a falta de avaliação adequada da sua eficácia antes da distribuição obrigatória à população.

A informação foi divulgada no sábado (7) pelo ativista belga Frederic Baldan, especializado em relações UE-China, que lidera a ação. 

Segundo Baldan, embora Bruxelas tenha adotado medidas rigorosas contra as pessoas que se recusaram a se vacinar, há evidências de que os imunizantes aprovados pela UE “não foram suficientemente testados” no combate à pandemia.

“Isso prova que a Comissão Europeia violou os direitos dos cidadãos desde o começo”, afirmou Baldan.

Entre os autores da ação estão membros de organizações não governamentais e organizações profissionais, como sindicatos de pilotos de avião, além de autoridades húngaras e polonesas. 

Audiências suspensas

Baldan explicou que um tribunal em Liège, na Bélgica, não conseguiu analisar as acusações contra von der Leyen e, na sexta-feira (6), adiou as audiências de forma indefinida.

O Ministério Público Europeu contestou a competência da justiça belga para decidir sobre o caso, argumentando que von der Leyen tem imunidade por seu cargo e que as acusações contra ela estão relacionadas às suas funções profissionais.

Em julho, o Tribunal de Justiça da União Europeia apontou falhas na aquisição das vacinas contra a COVID-19 pela Comissão Europeia, liderada por von der Leyen. O tribunal determinou que a presidente impediu o Parlamento Europeu de acessar documentos sobre contratos de compra que totalizaram € 2,7 bilhões (aproximadamente R$ 17,28 bilhões). 

As suspeitas de conflito de interesse e influência na aquisição dos imunizantes vieram à tona em 2021, quando o The New York Times revelou que von der Leyen trocou mensagens de texto e ligações com o CEO da Pfizer, Albert Bourla, para discutir o maior acordo de compra de vacinas da história.

Conforme a matéria, o valor da negociação com a Pfizer teria sido de € 35 bilhões (aproximadamente R$ 225,1 bilhões) para a compra de 1,8 bilhão de doses da vacina.

Von der Leyen foi convocada a divulgar o conteúdo de suas mensagens com Bourla, mas a Comissão Europeia se recusou a atender ao pedido. O escândalo ficou conhecido como “Pfizergate”. 

Os imunizantes e os bilhões de euros 

A Comissão Europeia assumiu a responsabilidade pela compra e distribuição das vacinas contra a COVID-19 para os 27 países do bloco, por meio de um esquema de aquisição conjunta.

O investimento total ultrapassou € 20 bilhões em doses de vacinas. No entanto, muitas dessas doses ficaram sem uso, principalmente devido à diminuição da demanda. O jornal Politico revelou que centenas de milhões de doses não foram aplicadas, gerando um custo estimado de € 4 bilhões (equivalente a R$ 25,6 bilhões) para os contribuintes da UE.