Em 10 de junho, a União Europeia (UE) acusou a China e a Rússia de espalhar desinformação sobre a pandemia do vírus do PCC.
Em um relatório publicado quarta-feira, Bruxelas disse que os países realizaram campanhas de desinformação dentro da UE sobre a COVID-19, a doença causada pelo vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), comumente referido como o novo coronavírus.
“Atores estrangeiros e certos países terceiros, em particular a Rússia e a China, se engajaram em operações de influência e campanhas de desinformação na UE, em seus arredores e no mundo”, afirmou a Comissão Europeia em um comunicado.
Os comentários da Comissão Europeia ressaltam as preocupações do bloco sobre a prevalência de notícias enganosas sobre a COVID-19 e as tentativas de atores estrangeiros de influenciar a Europa. Também marca a primeira vez que a UE nomeou publicamente Pequim como fonte de desinformação.
“Essa coordenação [por atores de países terceiros] revela a intenção de usar informações falsas ou enganosas para causar danos”, dizia o novo documento de estratégia.
A autoridade executiva do bloco disse no relatório que os dois países procuravam aprimorar simultaneamente sua própria imagem e “minar o debate democrático”, executando campanhas de desinformação sobre o vírus PCC.
O vice-presidente de valores e transparência da Comissão Europeia, Vĕra Jourová, disse durante uma entrevista coletiva em Bruxelas na quarta-feira que a desinformação prejudica “a saúde de nossas democracias” e “a saúde de nossos cidadãos”.
“Seria perigoso demais não agir”, disse Jourová. “Pode impactar negativamente a economia e minar a resposta das autoridades públicas e, portanto, enfraquecer as medidas de saúde”.
“Acredito que, se temos evidências, não devemos deixar de nomear e envergonhar”, continuou ela.
“O que também testemunhamos é um aumento nas narrativas que minam nossas democracias e, com efeito, nossa resposta à crise, por exemplo, a alegação de que existem laboratórios biológicos secretos dos EUA nas antigas repúblicas soviéticas foi difundida pelos meios pró-Kremlin e também pelos funcionários e mídia estatal chineses.”
“Acredito firmemente que uma UE geopoliticamente forte só pode se materializar se formos assertivos”, acrescentou Jourová.
Ela também pediu que plataformas online como Facebook, Twitter e Google forneçam relatórios mensais sobre sua luta contra a desinformação, como parte de medidas mais amplas para conter a disseminação de conteúdo enganoso.
O relatório afirma que houve um “infodêmico sem precedentes” que se alimentou das “ansiedades mais básicas das pessoas”, pois a pandemia de vírus do PCC significou que mais pessoas foram confinadas socialmente e usaram as mídias sociais para obter informações.
“Dada a novidade do vírus, as lacunas no conhecimento provaram ser o terreno ideal para a disseminação de narrativas falsas ou enganosas”, afirmou a comissão.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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