Ucranianos e russos protestam do México, Chile e Argentina contra a invasão da Ucrânia

“Somos contra a guerra. Os ucranianos são nossos amigos e não queremos nenhuma guerra", afirma russa moradora na Argentina

26/02/2022 10:29 Atualizado: 26/02/2022 10:29

Por Alicia Marquez 

Dezenas de ucranianos protestaram na quinta-feira em frente às embaixadas russas no México e na Argentina contra a invasão da Rússia na Ucrânia.

Ucranianos que se reuniram em frente à embaixada russa na Cidade do México seguravam faixas protestando contra a guerra enquanto gritavam “Putin, deixe a Ucrânia em paz!” e “Ucrânia Independente!”

Os manifestantes defenderam a paz e pediram uma posição clara – não neutra – por parte do México contra a Rússia.

“Viemos aqui para pedir paz, para colocar algumas sanções contra Putin”, relatou Anna Shpaka, uma ucraniana que vive no México há 10 anos, à Associated Press, visivelmente emocionada pelos eventos violentos na Ucrânia.

“Rússia, Ucrânia, todos os países querem paz. Não queremos ver mortos. Estamos vivendo em um século em que não merecemos a guerra”, acrescentou.

Por sua vez, a embaixadora ucraniana no México, Oksana Dramarétska, também exortou o governo de Andrés Manuel López Obrador a adotar uma posição mais clara sobre a invasão russa.

“Até agora não sentimos muito claramente a posição mexicana. Respeitamos muito a consistência e seu apoio à integridade territorial da Ucrânia, mas hoje precisamos de uma declaração muito clara, uma declaração condenando a agressão russa”, declarou a diplomata.

O governo do México aderiu às rejeições da comunidade internacional, afirmando que promoverá o diálogo diante do conflito, mas o presidente indicou que manterá sua posição de “não intervenção”.

Da mesma forma, o chanceler Marcelo Ebrard afirmou que as relações diplomáticas com a Rússia serão mantidas.

Protestos semelhantes também foram realizados em Santiago do Chile e Buenos Aires, na Argentina.

Enquanto alguns cantavam seu hino nacional, outros gritavam “Não à guerra!” em espanhol, e “Rússia não é Putin” em russo. Eles também exibiram faixas dizendo “Não à guerra! Parem Putin!”

“Isso é completamente injusto, porque toda a nossa vida (…) fomos irmãos, irmãos de sangue, acho que o que Putin está fazendo é super injusto”, afirmou Hanna Lantushenko, uma ucraniana que mora no Chile, à agência Efe.

Cidadãos russos em Buenos Aires também se juntaram às vozes ucranianas pedindo o fim da violência de Putin.

“É absolutamente terrível o que Putin está fazendo porque ele está fazendo isso em nome dos russos, mas os russos não concordam com isso”, declarou Alena Sidorova, uma russa radicada na Argentina, à AP.

“Somos contra a guerra. Os ucranianos são nossos amigos e não queremos nenhuma guerra”, acrescentou.

O presidente cessante do Chile, Sebastián Piñera, exortou a Rússia a respeitar as Convenções de Genebra sobre Direito Internacional Humanitário, enquanto o governo da Argentina também se uniu às vozes de rejeição.

Na sexta-feira, Putin pediu que os militares ucranianos tomem o poder em seu país e derrubem o presidente Volodymyr Zelenskyy. O Kremlin, por sua vez, disse estar disposto a enviar uma delegação à Bielorrússia para se reunir com autoridades em Kiev.

Por sua vez, a Ucrânia alegou ter matado 2.800 soldados russos nas primeiras 36 horas da invasão.

Com informações da EFE e a contribuição de Jack Phillips. 

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