O governo da Ucrânia proibiu a exportação de combustíveis essenciais, segundo uma resolução publicada no site do Gabinete de Ministros.
Os itens proibidos incluem combustível líquido e gás natural de origem ucraniana, bem como carvão, antracito, briquetes, pellets e combustíveis sólidos semelhantes derivados do carvão, exceto carvão coque. A proibição ocorre devido à “agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia e à imposição da lei marcial na Ucrânia”, afirmou a resolução.
Ele efetivamente altera a resolução aprovada em 29 de dezembro de 2021, que identificou bens sujeitos a cotas e licenciamento para 2022. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, havia alertado anteriormente sobre uma proibição de exportação de carvão e gás.
“Devido à guerra, será de fato o inverno mais difícil de todos os anos de independência… Durante este período, não vamos vender o nosso gás e carvão para o estrangeiro. Toda a produção doméstica se concentrará em atender à demanda interna”, disse em um vídeo postado em seu canal do Telegram, segundo a agência de notícias TASS.
Segundo o primeiro-ministro Denis Shmygal, a produção de carvão nas minas estatais da Ucrânia caiu em um terço desde a invasão russa começou, no final de fevereiro. O governo encarregou a estatal Naftogaz de acumular pelo menos 19 bilhões de metros cúbicos de gás em instalações de armazenamento subterrâneo.
A Ucrânia tinha 9 bilhões de metros cúbicos de gás em armazenamento após a temporada de aquecimento anterior. Em 1º de junho, o gás total armazenado era de apenas 10 bilhões de metros cúbicos. Shmygal pediu aos cidadãos que “se preparem para a temporada de aquecimento mais difícil da Ucrânia”, segundo a TASS.
A próxima temporada de aquecimento começa em 15 de outubro. Os estoques atuais de gás estão 7,5% acima da média de 2014–2018 com base em dados da S&P Global. No ano passado, a Ucrânia entrou na temporada de aquecimento com 18,87 bilhões de metros cúbicos de reservas de gás em 5 de outubro.
A proibição da Ucrânia ocorre enquanto a União Europeia não consegue pressionar a Rússia o suficiente para restringir as exportações de energia de Moscou, uma importante fonte de sua receita. De acordo com um relatório recente do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA), a União Europeia é o maior comprador de energia russa.
“A UE comprou 61% das exportações russas de combustíveis fósseis, no valor de aproximadamente 57 bilhões de euros. A participação da UE foi de aproximadamente 30% para carvão, 50% para petróleo bruto, 75% para GNL, 75% para derivados de petróleo e 85% para gás de gasodutos”, disse o relatório. Desde o início da invasão da Ucrânia, a Rússia exportou 93 bilhões de euros em combustíveis fósseis.
Entre os maiores importadores de petróleo estavam Holanda, Alemanha e Itália. Os maiores importadores de gás por gasoduto incluem a Alemanha e a Itália. França, Bélgica e Espanha são os maiores importadores de GNL russo. Quando se trata de carvão, a Holanda é um dos maiores importadores.
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