Ucrânia prepara defesa em meio a repentino anúncio de aliado russo

A Bielorrússia é aliada da Rússia, e seu presidente elogiou repetidamente a decisão de Moscou de invadir a Ucrânia

04/05/2022 18:20 Atualizado: 04/05/2022 18:20

Por Jack Phillips 

Autoridades ucranianas indicaram nesta quarta-feira que estão preparados se a Bielorrússia, um aliado russo, se juntar ao conflito, já que o país repentinamente anunciou que realizaria exercícios de combate.

O Ministério da Defesa da Bielorrússia disse nesta quarta-feira que os exercícios permitiriam que seus militares operassem em “terreno desconhecido em uma situação de rápida mudança”, informou a mídia estatal. Antes da Rússia invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro, milhares de tropas russas se concentraram na fronteira Bielorussia-Ucrânia e usaram o país como área de preparação para entrar na Ucrânia.

O exercício de treinamento não “representará nenhuma ameaça à comunidade europeia como um todo ou aos países vizinhos”, acrescentou o ministério, segundo o noticiado pela mídia estatal. A Bielorrússia e a Ucrânia compartilham uma longa fronteira, enquanto a Bielorrússia também faz fronteira com a Polônia, Lituânia, Letônia e Rússia.

“Não descartamos que a Federação Russa possa em algum momento usar o território da Bielorrússia, as Forças Armadas da República da Bielorrússia, contra a Ucrânia”, disse Andriy Demchenko, porta-voz do Serviço de Fronteiras do Estado da Ucrânia, à Reuters.

Não está claro se algum soldado bielorrusso participou do conflito. A Bielorrússia é aliada da Rússia, e o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, elogiou repetidamente a decisão de Moscou de invadir a Ucrânia.

O presidente russo Vladimir Putin (Direita) se encontra com o presidente da Bielorussia, Alexander Lukashenko, no Kremlin, em Moscou, em 9 de setembro de 2021 (Mikhail Voskresenskiy/SPUTNIK/AFP via Getty Images)
O presidente russo Vladimir Putin (Direita) se encontra com o presidente da Bielorussia, Alexander Lukashenko, no Kremlin, em Moscou, em 9 de setembro de 2021 (Mikhail Voskresenskiy/SPUTNIK/AFP via Getty Images)

Anteriormente, Lukashenko negou as alegações dos EUA e da Europa de que autorizaria o envio de tropas à Ucrânia para ajudar a Rússia. Houve relatos de dissidentes bielorrussos atacando linhas de suprimentos russos na Bielorrússia, bem como bielorrussos se juntando às forças de defesa da Ucrânia.

O conflito também fez da Bielorrússia um alvo de sanções ocidentais e também levou Washington a suspender suas operações de embaixada em Minsk, a capital. Na terça-feira, Lukashenko conversou com seu homólogo russo, Vladimir Putin, por telefone. O conflito na Ucrânia foi um dos tópicos discutidos, informou a mídia estatal russa.

Demchenko disse à Reuters que a Ucrânia também reforçou a fronteira do país com a região da Transnístria, apoiada pela Rússia, localizada na Moldávia e onde as tensões aumentaram nos últimos dias.

Também na quarta-feira, a Rússia bombardeou estações ferroviárias e outros alvos de linhas de abastecimento em toda a Ucrânia. Os combates intensos também ocorreram na siderúrgica Azovstal, em Mariupol, que representava o último reduto da resistência ucraniana na cidade portuária em ruínas do sul, segundo o prefeito. Mas uma autoridade russa negou que as tropas de Moscou estivessem invadindo a fábrica, como os comandantes ucranianos alegaram um dia antes.

Os militares russos disseram que usaram mísseis lançados por mar e ar para destruir instalações de energia elétrica em cinco estações ferroviárias na Ucrânia, enquanto artilharia e aeronaves também atingiram fortalezas de tropas e depósitos de combustível e munição.

A Associated Press contribuiu para esta reportagem.

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