Ucrânia impõe lei marcial, Biden condena ataque ‘não provocado’ e ‘injustificado’

"Uma invasão injustificada, enganosa e cínica", afirmou o Ministério da Defesa da Ucrânia

24/02/2022 10:26 Atualizado: 24/02/2022 10:26

Por Isabel Van Brugen 

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy  impôs lei marcial na manhã de quinta-feira, afirmando que a Rússia tinha a Ucrânia como alvo com explosões relatadas em todo o país.

“Esta manhã, o presidente Putin anunciou uma operação militar especial em Donbass. A Rússia atacou nossa infraestrutura militar e nossos guardas de fronteira”, declarou Zelenskyy. “Explosões foram ouvidas em muitas cidades da Ucrânia”.

O Ministério da Defesa da Ucrânia chamou a operação militar da Rússia de “uma invasão injustificada, enganosa e cínica”.

“Há ataques a instalações militares e de defesa importantes, unidades de fronteira estão sob ataque, a situação em Donbass se degradou”, afirmou o ministério em um comunicado, referindo-se aos enclaves separatistas da Ucrânia que foram reconhecidos como entidades “independentes” pelo presidente russo, Vladimir Putin, na segunda-feira.

“As Forças Armadas da Ucrânia, todas as agências especiais e policiais do estado estão em alerta. O Conselho Nacional de Segurança e Defesa está trabalhando em modo de emergência”, acrescentou o ministério. “A lei marcial será imposta.”

A medida ocorreu logo após Putin anunciar uma “operação militar especial” na Ucrânia.

Em um discurso televisionado, Putin afirmou que a operação busca “proteger civis e desmilitarizar a Ucrânia” e é uma resposta às ameaças vindas da Ucrânia.

Ele declarou que a Rússia não planeja ocupar a Ucrânia e disse que os militares ucranianos deveriam “depor imediatamente suas armas”.

Putin também disse que qualquer tentativa estrangeira de interferir na ação da Rússia desencadeará uma reação imediata da Rússia e levará a “consequências que eles nunca viram antes”.

Logo após o discurso de Putin, explosões foram relatadas na capital da Ucrânia, Kiev, bem como em outras cidades, incluindo Kharkiv, Mariupol e Odessa.

O proprietário de uma empresa de construção local em Odessa, Farid Agayev, afirmou ao Epoch Times que sua família foi acordada por volta das 5 da manhã, horário local, com o som de uma explosão e alarmes de carro disparando.

O Ministério da Defesa da Rússia divulgou um comunicado declarando que seus militares estão atacando a infraestrutura militar da Ucrânia.

“Nada está ameaçando a população civil da Ucrânia”, afirmou em um comunicado.

No entanto, na tarde de quinta-feira, já havia relatos de mortes durante as primeiras horas do ataque russo, incluindo oito civis e 40 soldados ucranianos do bombardeio russo. O conflito já custou cerca de 14.000 vidas nos últimos oito anos, quando os separatistas apoiados pela Rússia ocuparam o Donbass.

Zelensky pediu aos civis que fiquem em casa sempre que possível. Um dia antes, a Ucrânia impôs um estado de emergência nacional com duração de 30 dias e pediu aos cidadãos russos que saíssem imediatamente.

Declarar lei marcial impõe restrições mais duras do que um estado de emergência e poderia incluir proibições de reuniões, movimentos e partidos políticos.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou nas primeiras horas da manhã de quinta-feira que teve um telefonema com Zelenskyy durante o qual “condenou este ataque não provocado e injustificado das forças militares russas”.

“Amanhã, vou me reunir com os líderes do G7, e os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros vão impor severas sanções à Rússia”, afirmou o presidente.

Ele acrescentou: “Continuaremos a fornecer apoio e assistência à Ucrânia e ao povo ucraniano”.

Mimi Nguyen Ly contribuiu para esta reportagem.

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