O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no dia 1º de fevereiro, alertou a Rússia quanto a iniciar um conflito militar contra Kiev, afirmando que se tornaria uma “guerra em grande escala” na Europa.
Zelensky declarou a repórteres após uma reunião com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que acredita que um conflito Rússia-Ucrânia teria implicações para a Europa.
“Os russos precisam nos ouvir, precisam ouvir e precisam entender que ninguém precisa de guerra. Mas não estamos convidando para nossa terra ninguém armado. Posso dizer com certeza que a nação mudou, a sociedade mudou, o exército mudou, houve muitas mudanças diferentes”, afirmou Zelensky durante uma coletiva de imprensa conjunta, segundo a mídia estatal Ukrinform.
“Agora não haverá ocupação de nenhuma cidade ou território. Será, infelizmente, uma tragédia se uma grande escalada contra nosso país começar. Então eu digo, francamente, que esta não será uma guerra entre a Ucrânia e a Rússia; esta será uma guerra na Europa, uma guerra em grande escala. Isso porque ninguém vai desistir de nenhum de seus territórios e pessoas”, alertou Zelensky.
Autoridades ocidentais estimam que a Rússia acumulou cerca de 100.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia, enquanto autoridades ucranianas estimam que 127.000 soldados russos estejam estacionados na fronteira.
O general norte-americano Mark Milley descreveu esta semana a formação de tropas russas perto da Ucrânia como a maior desde a Guerra Fria.
Enquanto isso, autoridades norte-americanas relataram na quarta-feira que os Estados Unidos enviarão quase 3.000 soldados extras para a Polônia e a Romênia para proteger a Europa Oriental de uma possível repercussão da crise sobre o aumento das tropas russas.
Zelensky, que repetidamente minimizou a perspectiva de uma invasão iminente, assinou um decreto para aumentar suas forças armadas em 100.000 soldados ao longo de três anos. Ele pediu aos legisladores que mantenham a calma e evitem o pânico.
O aumento de tropas foi “não porque em breve teremos uma guerra … mas para que em breve e no futuro haja paz na Ucrânia”, relatou Zelensky.
A Rússia negou que esteja planejando uma invasão, mas exigiu que a OTAN retire tropas e armas da Europa Oriental e impeça sua vizinha Ucrânia, um ex-Estado soviético, de se juntar à aliança. Washington e seus aliados da OTAN rejeitam essa posição, mas afirmam que estão prontos para discutir outros tópicos, como controle de armas e medidas de fortalecimento da confiança.
A Rússia assumiu o controle da Península da Crimeia, na Ucrânia, em 2014, e a região de Donbass, na Ucrânia, desde então, presenciou a violência que tirou mais de 14.000 vidas. A região está agora sob controle de fato por separatistas apoiados pela Rússia.
A Reuters contribuiu para esta reportagem.
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