Twitter e Facebook censuram tweet de Trump sobre você-sabe-o-quê

Envolvendo-se no debate eleitoral, as duas Big Techs censuraram tweet afirmando que taxa de morte por gripe às vezes é maior do que por você-sabe-o-quê

09/10/2020 15:52 Atualizado: 09/10/2020 15:52

Por Leonardo Trielli, Senso Incomum

Facebook e Twitter censuraram postagem do presidente Donald Trump no qual ele afirmou que o COVID-19 é menos mortal do que a gripe sazonal na maioria das populações.

“A temporada de gripe está chegando! Muitas pessoas todos os anos, às vezes mais de 100.000, e apesar da vacina, morrem de gripe”, escreveu o presidente em mensagem removida pelo Facebook.

“Vamos fechar o nosso País? Não, aprendemos a conviver com isso, tal como estamos aprendendo a conviver com Covid, na maioria das populações muito menos letais!!!”

O Twitter colocou uma etiqueta de advertência na mensagem que diz: “Este Tweet violou as Regras do Twitter sobre a divulgação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas ao COVID-19. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse público que o Tweet permaneça acessível.” A plataforma também não permite o compartilhamento da postagem do presidente.

“Nós tentamos evitar que um tweet como esse, que de outra forma violaria as regras do Twitter, chegue a mais pessoas, então desativamos a maioria das interações com este tweet. Se você quiser falar sobre este assunto, você ainda pode retuitar com comentários”

A fala de Trump, porém, tem lastro em dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e na própria Organização Mundial da Saúde.

Os que morreram de coronavírus, segundo o CDC, tinham em média 2,6 comorbidades, o que significa mais de duas doenças crônicas associadas ao COVID-19. No geral, diz o CDC, apenas 6% das mortes contabilizadas de COVID-19 tiveram como causa direta a infecção por coronavírus.

De acordo com estimativas atuais da OMS, a taxa de mortalidade por infecção para COVID-19 é de apenas 0,13%. A mesma OMS atribui à gripe sazonal uma taxa de mortalidade de 1%. A organização também gerou pânico no início do ano, ao divulgar que a peste chinesa teria uma taxa de mortalidade de 3,6%.

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