Turquia e Brasil lideram importações de diesel russo, aponta levantamento

Por Redação Epoch Times Brasil
14/01/2025 18:17 Atualizado: 14/01/2025 18:17

As sanções da União Europeia (UE) contra os combustíveis refinados russos, implementadas em fevereiro de 2023, redesenharam o mercado global desses produtos. 

Em meio a essas mudanças, Turquia e Brasil emergiram, em 2024, como os principais destinos do diesel e gasóleo exportados pela Rússia, conforme dados da London Stock Exchange Group (LSEG). 

Antes do embargo, o bloco europeu figurava como o maior consumidor.

A Turquia liderou as compras, registrando um aumento de 25% em suas importações, que totalizaram 16,8 milhões de toneladas no ano passado. 

O Brasil seguiu com destaque, ao importar 7,4 milhões de toneladas, um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. 

Já os embarques para o continente africano somaram 9,6 milhões de toneladas, apresentando uma leve retração de 6% na comparação com 2023. 

Países como Egito, Líbia, Tunísia, Gana e Senegal estiveram entre os maiores compradores da região.

No último mês de 2024, as exportações russas de diesel tiveram uma alta significativa, com um crescimento quase 18% em relação a novembro, que levou a 3,4 milhões de toneladas. 

Esse avanço foi atribuído ao aumento na produção de combustível e à queda sazonal na demanda interna, segundo dados de transporte e análises de mercado.

Em dezembro, a Turquia e o Brasil mantiveram suas posições de destaque, importando 1,2 milhão de toneladas (-10% em relação ao mês anterior) e 0,53 milhão de toneladas (+32% na comparação com novembro), respectivamente. 

Paralelamente, as transferências entre navios (chamadas de STS, Ship-to-Ship) ganharam relevância, com operações concentradas próximas ao porto italiano de Augusta e às ilhas gregas

Essa prática tem sido intensificada pelas restrições impostas à frota de petroleiros russos, tornando-se uma alternativa viável para driblar as sanções.

Analistas apontaram que, apenas em dezembro, cerca de 370.000 toneladas de diesel russo foram desviadas para operações STS, embora os destinos finais dessas cargas permaneçam indefinidos. 

As recentes sanções dos Estados Unidos, que abrangem mais de 180 embarcações e seguradoras, podem ampliar ainda mais o uso desse tipo de estratégia comercial, destacaram os especialistas à Reuters.