O meio-campista Sagiv Jehezkel, do clube turco Antalyaspor, foi liberado da prisão nesta segunda-feira, depois de falar perante um juiz que ele havia apenas pedido o fim da guerra na Faixa de Gaza ao exibir uma mensagem durante uma partida recordava os 100 dias desde os ataques do grupo terrorista islâmico Hamas contra Israel.
O jogador foi preso sob a acusação de incitar o ódio depois de exibir uma braçadeira com a mensagem “100 dias” e a data de 7 de outubro, o dia do ano passado em que o Hamas matou cerca de 1.200 pessoas e sequestrou cerca de 250.
O gesto do jogador, depois de marcar o gol que garantiu ao seu time o empate de 1 a 1 com o Trabzonspor no domingo, levou o Ministério Público a abrir uma investigação e o clube a anunciar a demissão do atleta, alegando que a mensagem “contradiz os valores nacionais” da Turquia.
De acordo com especialistas consultados pela Agência EFE, o fato de o jogador ter sido liberto sem ser levado a julgamento significa que nenhuma acusação foi feita contra ele.
A emissora “NTV” informou que um avião privado chegou à Turquia para levar o jogador de volta a Israel.
Em sua declaração, Jehezkel disse que, ao exibir a mensagem, que também incluía uma Estrela de Davi, o símbolo de Israel, ele pretendia apenas pedir o fim da guerra.
Jehezkel já havia sido suspenso temporariamente por se recusar a participar de um ato de solidariedade ao povo palestino antes da partida contra o Gaziantep, em 21 de outubro. A Federação Turca de Futebol considerou o comportamento do jogador “inaceitável”.
O governo turco tem criticado duramente os ataques de retaliação de Israel na Faixa de Gaza, que já deixaram 24 mil mortos e 7 mil desaparecidos sob os escombros dos prédios destruídos, de acordo com o governo do enclave controlado pelo Hamas.