Turismo cubano registra uma queda de 19,6%, com uma queda notável nos visitantes nos EUA

Após a venda de serviços médicos, o turismo é sustentado como a segunda atividade econômica da ilha

28/02/2020 23:55 Atualizado: 29/02/2020 09:12

Por Eduardo Tzompa

Um relatório do Escritório Nacional de Estatística (ONEI) revelou uma queda de 19,6% no turismo estrangeiro em Cuba em janeiro, segundo a AFP. Um total de 393.762 turistas visitou Havana em janeiro, e houve uma queda notável nos turistas americanos.

Após a venda de serviços médicos, o turismo é sustentado como a segunda atividade econômica da ilha; no entanto, devido às tensões com os Estados Unidos, houve uma diminuição de 62.416 visitantes dos EUA para 19.464, informou a agência de notícias

Entre os países que registraram a menor emissão de turistas estão a França, com 24,5%, a Alemanha, com 29,7% e a Itália, com 19,5%.

Por outro lado, países como Rússia e Canadá registraram um aumento de emissores estrangeiros na ilha. Os visitantes russos passaram de 16.742 para 24.824, 48,4% a mais do que em 2019, enquanto o número de visitantes canadenses aumentou 2,1%.

Apesar disso, o regime cubano se recusou a aceitar o impacto das sanções de Washington. Juan Carlos García, ministro do Turismo de Havana, disse que Cuba recebeu 4.275.000 visitantes, representando um aumento de 9,2% em relação a 2018.

A administração de Donald Trump endureceu o embargo estabelecido desde 1962 ao regime de Castro, eliminando a chegada de navios de cruzeiro, restringindo voos comerciais e impedindo o fornecimento de combustível.

O “Empress of the Seas”, um navio de propriedade da Royal Caribbean dos EUA, tornou-se o último navio de cruzeiro de uma companhia americana a tocar o porto cubano após as novas sanções dos EUA. Ele deixou Havana em 5 de junho de 2019 (Créditos: ADALBERTO ROQUE / AFP via Getty Images)

Wester Union anunciou suspensão das remessas enviadas a Cuba fora dos Estados Unidos

A empresa de serviços financeiros Western Union suspendeu na quarta-feira remessas para Cuba feitas fora dos Estados Unidos. A suspensão de seus serviços foi anunciada através de seu site

“Observe que os serviços de transferência de dinheiro da Western Union para Cuba de outros países que não os Estados Unidos poderão ser suspensos em 26 de fevereiro de 2020. Desculpe pela inconveniência”, escreveu a empresa.

A porta-voz da Wester Union, Margaret D Fogarty, disse à Cibercuba que a decisão foi tomada devido a dificuldades na operação do serviço em outros países, com exceção dos Estados Unidos. Ela também explicou que a empresa entende o impacto que os novos regulamentos podem trazer para seus clientes, para que eles continuem acompanhando-os diretamente enquanto ocorrem as novas mudanças. No entanto, remessas eletrônicas através do seu aplicativo continuarão funcionando.

O Havana Consulting Group informou que 90% das remessas enviadas a Cuba são provenientes dos Estados Unidos e são canalizadas através de empresas como a Western Union, pois não há transferências entre bancos cubanos e norte-americanos.

Segundo o Havana Consulting Group, as agências que enviam dinheiro para Cuba o fazem através de bancos localizados no Canadá, Europa e América do Sul.