Trump qualifica nova investigação do Congresso de “fraude política”

Os democratas conquistaram a maioria na Câmara dos Deputados nas eleições de meio de mandato de 2018 e, com isso, o poder de iniciar investigações

06/03/2019 15:38 Atualizado: 06/03/2019 15:38

Por Ivan Pentchoukov, Epoch Times

Em 4 de março, o presidente Donald Trump descreveu como “fraude política” uma nova investigação sobre sua conduta iniciada pelos democratas no Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados, ao mesmo tempo em que afirmou que vai cooperar com um pedido de documentos apresentado pelo presidente do comitê, Jerrold Nadler (democrata de Nova Iorque).

“Eu coopero o tempo todo com todos. Vocês já sabem essa coisa linda: não houve conluio. É tudo uma farsa”, disse Trump na Casa Branca, enquanto recebia o campeão da Divisão I do Campeonato de Futebol Norte-Americano de 2018, o time dos Bisontes da Universidade Estadual de Dakota do Norte.

“Eles aprenderão quando crescerem”, disse Trump quando vários jogadores de futebol norte-americano riram. “É uma fraude política. Não há conluio”.

O Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados está investigando a “suposta obstrução da justiça, corrupção pública e outros abusos de poder” praticados pelo presidente. O comunicado de imprensa do comitê não ofereceu nenhuma evidência para nenhuma das alegações. O painel enviou solicitações de documentos para 81 pessoas e entidades, incluindo a família de Trump, a equipe de campanha, funcionários e ex-funcionários da Casa Branca e agências governamentais.

“Enviamos esses pedidos de documentos para começar a construir o registro público”, disse Nadler em um comunicado. “Vamos agir rapidamente para reunir essas informações, avaliar as evidências e seguir os fatos para onde eles nos levarem com total transparência com o povo norte-americano”.

Em um comentário que indicava certa parcialidade na investigação, Nadler disse à ABC News, antes de enviar os pedidos de documentos, que está convencido de que Trump obstruiu a justiça.

Investigações em larga escala conduzidas pelo FBI, pelo Congresso e pelo Assessor Especial Robert Mueller não produziram nenhuma prova de que Trump fez algo errado. Os comitês de inteligência da Câmara dos Deputados e do Senado não encontraram evidências de conluio entre a campanha de Trump e a Rússia. Enquanto isso, Mueller, que assumiu a investigação do FBI em 2017, não deve acusar Trump de qualquer má conduta em um relatório futuro.

“A carta do Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados foi recebida pela Casa Branca”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, em um comunicado. “O Escritório do Conselho e os funcionários relevantes da Casa Branca analisarão e responderão no momento oportuno.”

Os democratas conquistaram a maioria na Câmara dos Deputados nas eleições de meio de mandato de 2018 e, com isso, o poder de iniciar investigações. Os republicanos acreditam que a investigação do comitê judiciário é parte de um plano mais amplo dos democratas na Câmara dos Deputados para usar seus poderes de investigação a fim de imobilizar Trump e sua campanha para 2020, uma tática que o presidente chama de “assédio presidencial”.

“Assédio presidencial por parte de democratas ‘loucos’ no mais alto nível na história do nosso país. Da mesma forma, a mídia de massa mais cruel e corrupta que um presidente já teve que suportar, e ainda os dois primeiros anos de maior sucesso para um presidente”, escreveu Trump no Twitter.

Um advogado do comitê disse aos repórteres que o objetivo imediato é acumular uma grande quantidade de provas para orientar a investigação e ajudar a decidir quais testemunhas devem ser contactadas. O painel está preparado para usar seu poder de citação, se necessário, disse o advogado.

Os republicanos no Congresso disseram que os democratas estão preparando um programa de destituição contra Trump como parte de uma estratégia política para reivindicar a Casa Branca na eleição de 2020.

Com informações da Agência Reuters