Trump nega ter usado palavras rudes em conversa sobre imigração e critica acordo sobre “DACA”

17/01/2018 15:27 Atualizado: 19/01/2018 09:50

O presidente Donald Trump respondeu, no início da sexta-feira (12), às críticas sobre as palavras que ele supostamente disse quando se referiu aos países do terceiro mundo, durante reunião a portas fechadas com senadores.

O jornal The Washington Post foi o primeiro a informar sobre o comentário de Trump, no qual ele teria usado uma palavra rude na quinta-feira, citando pessoas que não estavam presentes à reunião, mas que depois foram “informadas” a respeito.

“As palavras que usei na reunião da DACA foram duras, mas não foram as que alegam que usei. O que foi realmente rude foi a extravagante proposta feita. Um grande revés para a DACA!”, escreveu Trump na manhã de sexta-feira.

Segundo fontes anônimas do Washington Post, Trump teria dito aos legisladores: “Por que iríamos querer que essas pessoas de países [impropério] venham para cá?”.

Trump também negou ter dito que os haitianos deveriam ser excluídos de um possível acordo de imigração.

Presidente dos EUA, Donald Trump, fala na 99.ª Convenção Anual do Departamento Federal de Agricultores Norte-Americanos em Nashville, Tennessee, em 8 de janeiro de 2018 (Samira Bouaou/Epoch Times)
Presidente dos EUA, Donald Trump, fala na 99.ª Convenção Anual do Departamento Federal de Agricultores Norte-Americanos em Nashville, Tennessee, em 8 de janeiro de 2018 (Samira Bouaou/Epoch Times)

“Eu nunca disse nada desrespeitoso sobre os haitianos, exceto que o Haiti é, obviamente, um país muito pobre com muitos problemas”, escreveu Trump no Twitter. “Eu nunca disse ‘vamos excluí-los’, isso foi inventado pelos democratas. Eu tenho um relacionamento fantástico com os haitianos. Pelo visto teremos que gravar as futuras reuniões. Infelizmente, não existe confiança!”, escreveu.

Citando “pessoas familiarizadas com a reunião”, o jornal informou que Trump disse: “Por que precisamos de mais haitianos? Vamos excluí-los.”

Ao abordar a suposta linguagem que usou, Trump se opôs ao acordo de imigração que foi apresentado na reunião. Seis senadores, três democratas e três republicanos, apresentaram a Trump um acordo para salvar o programa da Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), que concedeu status legal temporário a imigrantes ilegais trazidos para os Estados Unidos quando eram crianças.

Trump encerrou a DACA em setembro e está usando isso nas negociações para garantir a aprovação de um pacote abrangente de reforma imigratória que inclui fundos para construir um muro na fronteira, limitando a migração em cadeia e pondo um fim ao programa de loteria de vistos em troca de um sistema baseado em capacidades.

“Devido aos democratas não estarem interessados na proteção à vida e à segurança, a DACA deu um grande passo atrás”, escreveu Trump no Twitter. “Os democratas ameaçaram com o “shutdown” (paralisação do governo), mas o que eles realmente estão fazendo é diminuir o passo no momento em que mais precisamos”.

Os detalhes do acordo apresentado pelos senadores Lindsey Graham (Rep.), Jeff Flake (Rep.), Cory Gardner (Rep.), Dick Durbin (Dem.), Michael Bennett (Dem.) e Robert Menéndez (Dem.) ainda são desconhecidos, de acordo com a Fox News.

“Trabalhamos durante quatro meses e chegamos a um acordo que abrange a segurança na fronteira, a loteria de vistos de diversidade, a migração em cadeia/reunificação familiar e a DACA (de acordo com) as prioridades definidas pelo presidente”, disseram os senadores em um comunicado, de acordo com a Fox News. “Agora estamos trabalhando para gerar apoio ao acordo no Congresso”.

Qualquer acordo para salvar DACA exige uma mensagem clara de Trump de que ele o assinará, disse o senador John Cornyn à CNN.

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