O presidente Donald Trump respondeu, no início da sexta-feira (12), às críticas sobre as palavras que ele supostamente disse quando se referiu aos países do terceiro mundo, durante reunião a portas fechadas com senadores.
O jornal The Washington Post foi o primeiro a informar sobre o comentário de Trump, no qual ele teria usado uma palavra rude na quinta-feira, citando pessoas que não estavam presentes à reunião, mas que depois foram “informadas” a respeito.
“As palavras que usei na reunião da DACA foram duras, mas não foram as que alegam que usei. O que foi realmente rude foi a extravagante proposta feita. Um grande revés para a DACA!”, escreveu Trump na manhã de sexta-feira.
Segundo fontes anônimas do Washington Post, Trump teria dito aos legisladores: “Por que iríamos querer que essas pessoas de países [impropério] venham para cá?”.
Trump também negou ter dito que os haitianos deveriam ser excluídos de um possível acordo de imigração.
“Eu nunca disse nada desrespeitoso sobre os haitianos, exceto que o Haiti é, obviamente, um país muito pobre com muitos problemas”, escreveu Trump no Twitter. “Eu nunca disse ‘vamos excluí-los’, isso foi inventado pelos democratas. Eu tenho um relacionamento fantástico com os haitianos. Pelo visto teremos que gravar as futuras reuniões. Infelizmente, não existe confiança!”, escreveu.
Never said anything derogatory about Haitians other than Haiti is, obviously, a very poor and troubled country. Never said “take them out.” Made up by Dems. I have a wonderful relationship with Haitians. Probably should record future meetings – unfortunately, no trust!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 12, 2018
Citando “pessoas familiarizadas com a reunião”, o jornal informou que Trump disse: “Por que precisamos de mais haitianos? Vamos excluí-los.”
Ao abordar a suposta linguagem que usou, Trump se opôs ao acordo de imigração que foi apresentado na reunião. Seis senadores, três democratas e três republicanos, apresentaram a Trump um acordo para salvar o programa da Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), que concedeu status legal temporário a imigrantes ilegais trazidos para os Estados Unidos quando eram crianças.
Trump encerrou a DACA em setembro e está usando isso nas negociações para garantir a aprovação de um pacote abrangente de reforma imigratória que inclui fundos para construir um muro na fronteira, limitando a migração em cadeia e pondo um fim ao programa de loteria de vistos em troca de um sistema baseado em capacidades.
The so-called bipartisan DACA deal presented yesterday to myself and a group of Republican Senators and Congressmen was a big step backwards. Wall was not properly funded, Chain & Lottery were made worse and USA would be forced to take large numbers of people from high crime…..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 12, 2018
….countries which are doing badly. I want a merit based system of immigration and people who will help take our country to the next level. I want safety and security for our people. I want to stop the massive inflow of drugs. I want to fund our military, not do a Dem defund….
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 12, 2018
“Devido aos democratas não estarem interessados na proteção à vida e à segurança, a DACA deu um grande passo atrás”, escreveu Trump no Twitter. “Os democratas ameaçaram com o “shutdown” (paralisação do governo), mas o que eles realmente estão fazendo é diminuir o passo no momento em que mais precisamos”.
Os detalhes do acordo apresentado pelos senadores Lindsey Graham (Rep.), Jeff Flake (Rep.), Cory Gardner (Rep.), Dick Durbin (Dem.), Michael Bennett (Dem.) e Robert Menéndez (Dem.) ainda são desconhecidos, de acordo com a Fox News.
“Trabalhamos durante quatro meses e chegamos a um acordo que abrange a segurança na fronteira, a loteria de vistos de diversidade, a migração em cadeia/reunificação familiar e a DACA (de acordo com) as prioridades definidas pelo presidente”, disseram os senadores em um comunicado, de acordo com a Fox News. “Agora estamos trabalhando para gerar apoio ao acordo no Congresso”.
Qualquer acordo para salvar DACA exige uma mensagem clara de Trump de que ele o assinará, disse o senador John Cornyn à CNN.
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